Bolsas de NY fecham em baixa, com temores geopolíticos, balanços e aperto monetário do Fed
As bolsas de Nova York fecharam em queda nesta quarta-feira, 18, em um cenário de aversão a riscos, que leva em conta um potencial de maior escalada na guerra entre Israel e Hamas, além de condições monetárias mais apertadas e a temporada de balanços de empresas norte-americanas. A visita do presidente Joe Biden a Israel gerou distintas reações, enquanto os distintos lados do conflitos seguem trocando acusações sobre a responsabilidade pela bombardeio de um hospital em Gaza. Além disso, o dia contou com declarações de uma série de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA).
O índice Dow Jones recuou 0,98%, aos 33.665,08 pontos, o S&P 500 cedeu 1,34%, aos 4.314,60 pontos e o Nasdaq fechou em queda de 1,62%, aos 13.314,30 pontos.
Na visão do analista da Oanda, Edward Moya, as ações estão caindo devido aos balanços moderados, ao aumento dos juros e à medida que crescem os riscos de um potencial alargamento do conflito Israel-Hamas. "A rodada de balanços de hoje de Morgan Stanley, JB Hunt e United Airlines contou a história de uma economia mais fraca, cujo aumento dos custos conduz à uma perspectiva de lucros enfraquecida. Os investidores estão buscando segurança, já que o próximo trimestre parece ter muita turbulência", avalia.
O Morgan Stanley teve lucro líquido de US$ 2,4 bilhões no terceiro trimestre de 2023, 9% menor do que o ganho de US$ 2,63 bilhões apurado em igual período do ano passado. Neste cenário, as ações do banco caíram 6,79%.
Com balanços programados para depois do fechamento dos mercados, Tesla (-4,78%), Netflix (-2,68%) e Alcoa (-4,50%) recuaram. Outra queda de destaque no setor de tecnologia é da Nvidia, que caiu 3,96%, enquanto seguem as preocupações sobre as restrições do governo americano às transações com a China no mercado de chips.
No entanto a LPL Markets avalia que há evidências técnicas para uma recuperação sustentável do S&P 500 fora da área de apoio de 4.200 pontos. "O impulso tornou-se de alta depois de atingir níveis historicamente de sobrevenda no início deste mês, e as comparações históricas com pontos de inflexão semelhantes apontam para ganhos de mercado acima da média nos próximos 12 meses", avalia. "É claro que a recuperação não ocorre sem riscos, e continuamos a encarar a incerteza da política monetária e a recente ruptura dos rendimentos do dólar e dos títulos do Treasuries como grandes obstáculos à continuação do dinamismo do mercado de ações", diz a avaliação.
Nesta quarta, o presidente do Fed de Nova York, John Williams, disse que as taxas de juros terão de permanecer em níveis restritivos "por algum tempo" para trazer a inflação de volta à meta de 2% do banco central dos EUA.
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