Prates: Petrobras não fará injustiça com as próprias mãos, suspeitas devem ser investigadas
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, foi às redes sociais rebater notícias veiculadas na imprensa sobre pedidos para demissão de gerentes supostamente ligados ao bolsonarismo. Prates afirmou que "não fará injustiça com as próprias mãos como ocorreu no passado, com os ex-presidente Dilma Rousseff e Lula", e que qualquer suspeita deve ser levada formalmente aos canais competentes para que sejam investigadas.
"A gente teve aqui tempos muito difíceis, e a gente não vai fazer injustiça com as próprias mãos. E não vamos permitir que se faça isso enquanto nós estivermos aqui. Isso não vai acontecer, porque foi isso que aconteceu com a gente, foi isso que aconteceu com o presidente Lula, não somos esse tipo de gente, nós somos outro tipo de gente", disse em uma rede social.
De acordo com denúncia da Federação Única dos Petroleiros (FUP), um grupo chamado de "gerentes bolsonaristas" não estaria alinhado à nova gestão da companhia e por isso não deveriam ocupar cargos de confiança.
Prates explicou que durante uma transição como a que está ocorrendo na empresa - que chegou a ter a sua privatização cogitada pela administração anterior e encolheu nos últimos quatro anos com vendas de ativos -, é natural que haja transformações que causem tensões, cobranças e expectativas com tempos diferentes.
"Mas a gente tem que ser responsável. Essa reversão que a gente vem conduzindo é muito difícil. Todos os dias a gente sofre ataques, mas todos os dias também pessoas vêm cumprimentar para nos dar força e essas que realmente me importam", avaliou.
Filosofia
O presidente da estatal ressaltou que a questão da administração da Petrobras não é ideológica, mas filosófica em relação à condução da empresa, que agora quer expandir investimentos dentro e fora do País e entrou com força na transição energética, ignorada pela gestão anterior.
"Eu não falo nem em mudança de ideologia, eu falo em mudança de filosofia, de visão de Petrobras, de visão de gestão. Ela custa a ser implementada e não é de uma hora para outra. Não é chegar aqui, bater na mesa, dizer fora esse, fora aquele, troca aqui troca acolá. Vamos fazer tudo diferente, porque aqui não é uma lanchinha rápida, não é um jet ski, é um transatlântico e não dá para dar cavalo de pau", explicou.
"Qualquer pessoa que quiser acusar alguém, acuse formalmente, submeta essa pessoa a uma investigação justa, com direito a defesa, se houver pessoas desse tipo. Mas jamais vamos fazer linchamento moral, linchamento político, justiçamento aqui dentro da Petrobras, é bom que fique bem claro isso", adicionou.
Ele disse ainda que defender a Petrobras não é linchar petroleiras e petroleiras "com acusações vazias, ou intermediárias", e que defender o Brasil "não é julgar e difamar pessoas, e muito menos produzir fake news internas para ver o circo pegar fogo", afirmou.
Contato: denise.luna@estadao.com
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