Ibovespa inicia semana em leve baixa de 0,13%, aos 120.410 pontos
Vindo de alta de 1,29% na sessão anterior, e de três semanas de ganhos consecutivos - no que foi sua melhor série desde os nove avanços seguidos, entre abril e junho -, o Ibovespa sustentou a linha dos 120 mil pontos nesta segunda-feira, em leve viés negativo no fechamento, em dia sem sinal único e de variações contidas também para as referências de Nova York.
Hoje, o índice da B3 oscilou dos 119.878,23 aos 120.606,30 pontos, saindo de abertura aos 120.561,18. Ao fim, mostrava baixa de 0,13%, aos 120.410,17 pontos, com giro a R$ 19,0 bilhões, em sessão com poucos catalisadores disponíveis, aqui e no exterior, para orientar os negócios. No mês, o Ibovespa sobe 6,42% e, no ano, tem alta de 9,73%.
Na B3, o desempenho das ações de Petrobras (ON +2,24%, PN +2,79%), com o avanço um pouco abaixo de 1,5% para as cotações do petróleo, contribuiu para mitigar o sinal majoritariamente negativo de outros setores de peso no índice, como o metálico (Vale ON -0,21%, CSN ON -0,24%, Gerdau PN -0,88%) e o financeiro à exceção, entre os grandes bancos, de Santander (Unit +1,31%, na máxima do dia no fechamento).
Na ponta ganhadora do Ibovespa, Petz (+3,41%), Lojas Renner (+3,01%) e Totvs (+2,83%), à frente das duas ações de Petrobrás e de CSN Mineração (+2,49%). No lado oposto, B3 (-4,09%), à frente de Magazine Luiza (-3,89%), Casas Bahia (-3,85%) e CVC (-3,62%) no fechamento.
O BTG Pactual rebaixou a ação ordinária da B3 de compra para neutro, destacando que o papel acumulou altas expressivas recentemente, de 5% na última sexta-feira e de cerca de 15% no mês de novembro. O preço-alvo para 2024, contudo, permanece em R$ 14,00, o que representa alta de 8% sobre o fechamento de sexta-feira, 10.
"O dia foi paradão, de 'mais ou menos' para 'ruim' lá fora, e aqui o mercado acompanhou. O destaque desde cedo foi a mudança da perspectiva do rating dos Estados Unidos por uma das agências de classificação de risco de crédito, com a nota para a dívida soberana colocada em revisão, o que resultou a princípio em abertura das curvas de juros lá fora", diz Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research, acrescentando que tal movimento de aversão a risco chegou a ser revertido no exterior ao longo do dia, o que ajudou também, em parte, as bolsas.
No fechamento desta segunda-feira, Dow Jones apontava leve alta de 0,16%, enquanto S&P 500 e Nasdaq ainda cediam 0,08% e 0,22%, respectivamente.
"Aqui, a curva de juros subiu, principalmente nos vértices intermediários, de três a sete anos, o que afetou, hoje, em especial as ações de menor capitalização de mercado, as small caps, enquanto o setor de energia, com Petrobras à frente, foi favorecido pelo avanço dos preços da commodity na sessão", acrescenta a analista.
No quadro doméstico, a semana será mais curta no Brasil, com o feriado da quarta-feira, 15, pela Proclamação da República. No dia seguinte, 16, é "o final do prazo para a definição da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) pelo relator, deputado Danilo Forte, e há expectativa de mudança na meta fiscal para o ano que vem, de déficit zero para algo entre 0,50% e 0,75% do PIB, como saldo negativo, o que deve vir por emenda de parlamentar, não do governo", avalia Julio Hegedus Netto, economista da Mirae Asset.
No exterior, "a agenda começa a ganhar tração a partir de amanhã, com destaque para a divulgação de dados sobre a inflação ao consumidor, o CPI, nos Estados Unidos", diz Gabriela Sporch, analista da Toro Investimentos.
"A agenda de hoje foi muito modesta e os mercados acionários pareceram corrigir os movimentos da semana passada, com um rali forte especialmente na Nasdaq, em Nova York, que tinha registrado seu maior ganho diário desde maio, na sexta-feira. Nesta semana, haverá novos dados de inflação não apenas nos Estados Unidos, mas também na Europa", diz Dennis Esteves, sócio da Blue3 Investimentos, acrescentando que a cautela nessa abertura de semana decorreu, em especial, da decisão da agência Moody's de colocar a nota de crédito dos EUA em revisão, com viés negativo.
No Brasil, o Boletim Focus, divulgado na manhã de hoje, trouxe queda nas expectativas de mercado para a inflação em 2023, após a divulgação da mais recente leitura sobre o IPCA, referente a outubro. "O Banco Central entende que a inflação começa a arrefecer e que deve chegar perto da meta em 2024, o que contribui para o trabalho de corte da taxa de juros, o que deve levar a Selic a 11,75% no fechamento de 2023", diz Piter Carvalho, economista-chefe da Valor Investimentos.
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