Ibovespa sobe e renova marca histórica nominal na faixa dos 131 mil pontos

O Ibovespa sobe nesta terça-feira, 19, em manhã também de alta dos índices futuros de ações norte-americano, após ganhos recentes das bolsas. A agenda esvaziada reforça o ambiente moderado no exterior, enquanto no Brasil os investidores avaliam a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada mais cedo.

Apesar da moderação em Nova York e das commodities, o Índice Bovespa renovou a máxima histórica nominal durante o pregão, ao subir 0,65%, indo aos 131.940,58 pontos.

"Pode ser um dos pregões mais altos da história da Bolsa", diz Lucca Ramos, sócio da One Investimentos.

O sentimento dos investidores ainda é de um quadro monetário menos apertado em 2024, dada a expectativa de início de queda dos juros americanos e continuidade de recuo da Selic.

Com isso, o dinheiro tende a ficar barato e isso é sinônimo de investimento em ativos de risco, descreve o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus. "O capital externo continua entrando na Bolsa, que ainda reflete o avanço das pautas econômicas do governo que dão horizonte ao investidor", completa Laatus.

Alguns papéis ligados a matérias-primas avançam, caso de Vale e Petrobras, com altas entre 0,62% e 0,69% (ON) e 0,81% (PN), respectivamente. "Já ações de small Caps operam perto da estabilidade, seguindo os juros futuros, após a ata do Copom marginalmente mais hawkish", descreve Ramos, da One.

Preliminarmente, analistas avaliam que o documento não deu sinais de aceleração no ritmo de corte da Selic, que caiu meio ponto porcentual na semana passada, para 11,75% ao ano. Dentre os fatores ressaltados na ata, o Banco Central (BC) cita que as expectativas de inflação, que seguem desancoradas, são um fator de preocupação. Conforme o BC, a extensão do ciclo dependerá de expectativas, hiato e balanço de riscos.

"O Copom só mudará seus planos se a economia tiver uma desaceleração mais intensa, o que poderia levar à uma queda da inflação mais rápida, o que respingaria no processo de reancoragem das expectativas. Não vejo motivos para mudar o cenário e seguimos com Selic em 9,50% em 2024 e 8,50% em 2025", o economista-chefe da Nova Futura, Nicolas Borsoi.

Além da moderação da alta dos índices futuros de Nova York, o petróleo sobe discretamente, enquanto o minério de ferro fechou em baixa de 0,11% em Dalian, na China. Aliás, hoje à noite o banco central chinês decide juros.

Ontem, o Ibovespa fechou em alta de 0,68%, aos 131.083,82 pontos, renovando recorde nominal de fechamento. Às 11h24, subia 0,62%, aos 131.890,68 pontos.

"A tendência é de alta. Considerado o ponto atual acrescido da inflação ainda está longe da máxima histórica, teria de estar acima dos 140 mil pontos", diz Lucca Ramos, da One Investimentos.

Deixe seu comentário

Só para assinantes