Petrobras e NY viram ao negativo, limitando alta do Ibovespa a 0,09%
Com Petrobras devolvendo no fechamento (ON -0,46%, PN -1,41%) o que se via no início da tarde, quando a ON subia mais de 3% e a PN, mais de 2%, o Ibovespa não conseguiu sustentar os 129 mil pontos no fim da sessão - nem mesmo os 128 mil -, após ter operado nesta quinta-feira no maior nível intradia desde 1º de março, no melhor momento aos 129.627,13 pontos (+1,81%). No encerramento, o índice da B3 mostrava leve ganho de 0,09%, aos 127.427,53, tendo perdido força, também, com a virada de Nova York ao negativo. Mais cedo, a alta superava 1% no Nasdaq, índice que fechou em baixa de 1,40%, assim como Dow Jones (-1,35%) e S&P 500 (-1,23%).
Com o desempenho de hoje, o Ibovespa mantém perda de 0,53% na semana e no mês. O giro desta quinta-feira na B3 subiu à casa de R$ 31 bilhões. Na ponta do índice, destaque para Magazine Luiza (+4,73%), Alpargatas (+3,84%) e TIM (+3,16%). No lado oposto, Casas Bahia (-4,37%), Arezzo (-2,93%) e Pão de Açúcar (-2,49%).
Com a virada em Petrobras em direção ao fechamento, o Ibovespa flertou com o negativo na sessão, tocando na mínima os 127.177,66 pontos, saindo de abertura a 127.312,69.
"Depois de vários dias de abertura na curva de juros em todos os vértices, parecia que a sessão seria mais saudável, com propensão a risco e fluxo [até o meio da tarde], aqui e fora, o que levou o Ibovespa a subir mais de 1,5% durante a sessão", diz Bernard Faust, sócio da One Investimentos. Por outro lado, mais um dia de correção expressiva do minério de ferro segurou a ação da Vale (ON -1,11%). Em Cingapura, a commodity cedeu hoje quase 2%, abaixo de US$ 100 por tonelada - os mercados da China estiveram fechados, por feriado.
Em boa parte da sessão na B3, os relatos sobre acordo no governo para o pagamento de dividendos extraordinários da Petrobras "trouxeram força compradora para o papel" da estatal, diz Pedro Coutinho, sócio da The Hill Capital. Mas a volatilidade se impôs aos negócios com as ações da empresa ao longo desta quinta-feira, tendo de um lado a possível substituição de Jean Paul Prates por Aloizio Mercadante na presidência da Petrobras - o que não agrada ao mercado - e, por outro, a questão, favorável, dos dividendos extraordinários.
"A possível troca de Prates por Mercadante, um nome não muito bem visto pelo mercado, traz preocupação", diz Faust, da One. "Os rumores são negativos: o mercado já temia havia algum tempo interferência na Petrobras, e entende agora que a empresa pode virar um departamento de Estado, com a possível indicação de Mercadante, que poderia fazer uma limpa e colocar nomes mais alinhados ao governo", observa Gabriel Meira, sócio da Valor Investimentos.
Assim, o desempenho da ação da petroleira se descolou de novo avanço nos preços dos contratos futuros da commodity nesta quinta-feira: em Londres, o barril do Brent, referência para a Petrobras, foi a US$ 90,65, em alta de 1,45% - retornando à casa de US$ 90 pela primeira vez desde outubro, em meio à retomada das tensões geopolíticas no Oriente Médio. Prates recorreu à rede social X para tentar mostrar disposição de permanecer no cargo - ou cair de pé. "Jean Paul vai sair da Petrobras? Acho que após as 20h02. Vai pra casa jantar...E amanhã às 7h09 ele estará de volta à empresa, pois sempre tem a agenda cheia", publicou o presidente da estatal.
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