Varejo deve movimentar R$ 13,2 bi no Dia das Mães, alta de 3,5% ante 2023, aponta CNC

O comércio varejista deve movimentar R$ 13,23 bilhões em vendas para o Dia das Mães, um aumento de 3,5% em relação ao observado na mesma data do ano passado, prevê a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Se confirmado, o volume vendido será o mais elevado desde 2015.

O Dia das Mães é a segunda principal data comemorativa no calendário do varejo, atrás apenas do Natal. "A expectativa mais positiva para a data deste ano reside na melhoria das condições de consumo da população", apontou o economista Fabio Bentes, no estudo da CNC.

Bentes menciona que a taxa média de juros nas operações com recursos livres para pessoas físicas desceu a 52,46% ao ano em fevereiro de 2024, menor patamar desde junho de 2022, de acordo com dados do Banco Central.

"Esse recuo tem ajudado a descomprimir o orçamento familiar nos últimos meses", explicou Bentes. O comprometimento médio da renda dos brasileiros com dívidas também recuou, assim como o nível de inadimplência dos consumidores, acrescentou o economista.

"Compõem ainda o cenário favorável, acima do esperado no início deste ano, as evoluções do mercado de trabalho, cuja taxa de desocupação se encontra no menor patamar em dez anos, e a desaceleração da inflação, que acumula alta de 1,4% no primeiro trimestre - menor porcentual para este período nos últimos quatro anos", completou Bentes.

Em 2024, o ramo de vestuário, calçados e acessórios deve concentrar a maior fatia das vendas para o Dia das Mães, com previsão de faturamento de R$ 5,10 bilhões, um avanço de 2,1% em relação ao volume observado no ano passado.

Os demais segmentos com maiores participações no volume vendido serão farmácias, perfumarias e lojas de cosméticos (R$ 2,64 bilhões), móveis e eletrodomésticos (R$ 1,83 bilhão) e utilidades domésticas e eletroeletrônicos (R$ 1,63 bilhão). A maior alta ante o ano passado é esperada no ramo de hipermercados e supermercados, aumento de 6,0% ante 2023, somando R$ 1,29 bilhão.

Apenas quatro estados devem concentrar 57% das vendas para a data comemorativa: São Paulo (R$ 3,99 bilhões), Minas Gerais (R$ 1,40 bilhão), Rio de Janeiro (R$ 1,15 bilhão) e Rio Grande do Sul (R$ 967,68 milhões).

"Todas as doze maiores unidades da federação deverão registrar avanços nos volumes de vendas locais, sendo os maiores destaques relativos as altas esperadas no Espírito Santo e na Bahia (ambas com projeção de +6,3%)", acrescentou a CNC.

Emprego no setor

A expectativa de avanço nas vendas deve gerar a maior contratação de trabalhadores temporários, em mais de uma década, para atender à demanda sazonal. A CNC prevê a abertura de 25,9 mil empregos, ante as 23,79 mil vagas vistas no ano passado. O salário médio de admissão também deve ser maior, em torno de R$ 1.794, 7,1% acima do valor médio pago na mesma data comemorativa de 2023. Os maiores demandantes por trabalhadores serão São Paulo (6,7 mil) e Minas Gerais (2,9 mil).

"A expectativa da CNC é que 6,8 mil postos de trabalho temporários se tornem vagas efetivas no varejo após o fim da segunda data comemorativa mais importante do varejo nacional", projetou Fabio Bentes.

Presentes subiram menos

A cesta com itens de consumo típicos da data deve registrar aumento de preços mais brando este ano, alta de 2,5%, menor taxa de variação desde 2020, aponta o estudo.

Em relação ao Dia das Mães do ano passado, estarão mais baratos agora os aparelhos telefônicos (-8,4%), joias (- 7,9%) e aparelhos de som (-5,1%). Na direção oposta, os principais aumentos de preços devem ocorrer nos aparelhos de ar-condicionado (+22,0%), livros (+11,5%) e tênis (+9,0%).