Em painel, dirigentes do Fed concordam que é cedo para cortar juros nos EUA e tomar decisões

A presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Cleveland, Loretta Mester, e a líder da distrital de Boston, Susan Collins, voltaram a reforçar que ainda é preciso ver mais dados de inflação antes de tomar qualquer decisão sobre a política monetária norte-americana.

Em painel durante evento do Fed de Atlanta, moderado pelo líder do BC local Raphael Bostic, ambas afirmaram que a taxa de juros americana está bem posicionada para lidar com intempéries, e é preciso aguardar e ter cautela com os próximos dados inflacionários. Bostic, inclusive, disse concordar com a visão das colegas de que os juros demorarão para serem cortados, dado o panorama inflacionário e a economia aquecida no país.

Mester mencionou ser necessário dados de "mais alguns meses", e defendeu que é cedo demais para tomar qualquer decisão a respeito do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de abril, que apontou para uma desaceleração após os robustos dados inflacionários no primeiro trimestre. "Continuo tendo como meu cenário base a desaceleração inflacionária, mas provavelmente isso demorará mais do que o esperado", afirmou.

Collins, por sua vez, defendeu que a resiliência inflacionária é consequência de "fatores especiais" que retardaram a transmissão da política monetária, mas também acredita que a taxa de juros neutra pode estar mais elevada atualmente, devido a mudanças na composição econômica nos Estados Unidos.

Bostic e Mester votam nas decisões de política monetária deste ano. Collins é membro alternativo neste ano e não tem poder de voto.

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