Bolsas da Europa fecham em baixa, com cautela por incertezas políticas na região
As bolsas da Europa fecharam em baixa pela segunda sessão consecutiva, com cautela por incertezas políticas por conta dos possíveis resultados das eleições francesas, o que chegou a ser expresso por autoridades do Banco Central Europeu (BCE). Ações do setor de tecnologia chegaram a ganhar impulso nesta quarta-feira, 26, seguindo a retomada do setor nos Estados Unidos na terça, mas a força se perdeu ao longo da sessão.
O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em baixa de 0,53%, a 514,95 pontos.
O BBH avalia que o BCE pode estar cada vez mais preocupado com a França. Depois de vários altos responsáveis bancários terem inicialmente minimizado os acontecimentos recentes, o dirigente do BCE Fabio Panetta alertou: "A rotação política se traduz em incerteza: as famílias e os investidores precisam de formar uma visão sobre a forma como os novos governos irão lidar com muitas decisões críticas, o que pode desencadear saídas de capital e desvalorizações cambiais, criando pressões ascendentes sobre os preços. Também poderá abalar a confiança e enfraquecer a procura, interrompendo ou mesmo revertendo a frágil recuperação que temos visto até agora", disse. O dirigente acrescentou que "os bancos centrais devem estar preparados para lidar com as consequências de tais choques se e quando estes se materializarem".
Economista-chefe do BCE, Philip Lane afirmou nesta quarta-feira que a transmissão da política monetária tem sido robusta e mais forte do que em ciclos anteriores, apesar do excesso de liquidez em determinadas áreas do setor bancário. Já Panetta afirmou que o ciclo de política monetária da zona do euro está em um "ponto de virada", no qual a macroeconomia é consistente com a normalização dos juros. Segundo ele, o BCE continuará o processo de flexibilização de modo "gradual e suave".
Entre as empresas, a Airbus ampliou suas quedas da terça-feira, após tombar com a divulgação de projeções abaixo do esperado. Em Paris, as ações da empresa recuaram 2,77%, onde o CAC 40 caiu 0,69%, a 7.609,15 pontos.
Outro destaque era a empresa de logística alemã DHL, que subiu 0,52% em Frankfurt, após a concorrente americana FedEx prever lucro maior do que o esperado para seu ano fiscal de 2025. Ali também, por outro lado, a Volkswagen caiu 1,78%, após a montadora alemã revelar que pretende investir até US$ 5 bilhões na fabricante americana de picapes elétricas Rivian. Na cidade, o DAX recuou 0,08%, a 18.163,87 pontos. Ainda na Alemanha, pesquisa do instituto GfK apontou que o índice de confiança do consumidor da maior economia europeia mostrará piora em julho.
Em Londres, o FTSE 100 caiu 0,27%, a 8.225,33 pontos. Em Milão, o FTSE MIB recuou 0,49%, a 33.541,98 pontos. Em Madri, o Ibex35 cedeu 0,80%, a 11.030,50 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 teve baixa de 0,33%, a 65.45,95 pontos.
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