Dirigente do Fed evita sinalização e diz que 'todas as opções' para juros estão na mesa
O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Chicago, Austan Goolsbee, evitou sinalizar quais serão os próximos passos de política monetária do BC dos Estados Unidos, em entrevista à CNBC. "Não vou atar nossas mãos sobre o que acontecerá daqui para a frente", disse, acrescentando que "todas as opções" estão sobre a mesa.
Apesar de questionado diversas vezes, Goolsbee evitou comentar sobre a possibilidade de um corte emergencial nos juros do Fed ou se haverá um corte de juros na decisão da próxima reunião, em setembro.
O dirigente reiterou a postura dependente de dados, mas expressou desconforto com o atual nível de restrição dos juros norte-americanos.
"Não sou permitido pelas regras a falar o que aconteceu nas reuniões ou opiniões que não são as minhas, mas tenho dito há muito tempo que estamos em política demasiadamente restritiva", afirmou Goolsbee, que votou na última decisão monetária como membro alternativo do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês). "Só queremos esse nível de restrição quando há medo de super aquecimento da economia, mas dados recentes indicam que esse não é o caso."
O dirigente ponderou que há sinais de arrefecimento da economia, como os dados mais fracos de emprego e o aumento na inadimplência de consumidores e pequenas empresas nos EUA, embora o Produto Interno Bruto (PIB) americano continue surpreendendo para cima.
Para ele, esse quadro afasta temores de recessão, mas não justifica o nível elevado dos juros. "Com desaceleração da inflação, a manutenção da política monetária já é um aperto. E, se não estamos superaquecendo, não devemos apertar mais", afirmou.
Goolsbee reforçou que a balança de riscos do Fed está "equilibrada" para os dois lados do mandato. Sobre preocupações quanto ao mercado acionário, o dirigente lembrou que já aconteceram grandes correções sem provocar recessões na atividade econômica e que indicadores antes considerados "termômetros de recessão", como a inversão da curva de juros, não têm apontado efeitos materiais no último ano.
"Queremos estabilidade financeira e de preços", reiterou Goolsbee, acrescentando que o BC norte-americano olha para perspectivas futuras ao tomar decisões.
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