Acesso a dados de jatos da Embraer pela Boeing originou compensação
O fundamento do pagamento de US$ 150 milhões que a Boeing vai pagar como compensação à Embraer foi uma vantagem que se mostrou indevida depois que a norte-americana desistiu da união com a brasileira.
O pagamento, decidido por acordo entre as duas companhias no âmbito de um processo de arbitragem movido pela Embraer (que correu em sigilo), foi tornado público nesta segunda (16), em comunicados emitidos pelas duas empresas no Brasil e nos Estados Unidos. Em 2020, a Boeing desistiu do acordo de US$ 4,2 bilhões no auge da pandemia de covid-19, devido à queda na demanda de viagens e à necessidade de ajustar seus negócios.
Antes disso, ainda na fase de negociações, a Embraer teria dado acesso à Boeing a dados de uma nova família de jatos de médio alcance, além de sua linha existente de jatos menores, de acordo com a Bloomberg. Os jatos de corredor único são considerados o filé de um mercado crescente das encomendas das grandes fabricantes de aviões.
No mercado de M&A (sigla em inglês para fusões e aquisições), é normal que a ponta compradora tenha acesso a dados que não são públicos da empresa vendedora no processo de negociação. Em regra, este acesso é protegido por instrumentos de confidencialidade. Se dá tudo certo e o negócio é fechado, bola para frente.
Quando dá errado, como no caso Boeing-Embraer, o caso geralmente vai parar em um tribunal arbitral - uma solução privada de litígios, previamente acordada pelas partes.
O acordo para compensar a Embraer representa um fardo financeiro extra para a Boeing, que já está lutando contra uma dívida líquida de mais de US$ 45 bilhões. A companhia também está enfrentando uma greve de trabalhadores em sua principal fábrica em Seattle.
Segundo a Bloomberg, após a redução de sua produção, a Boeing pode enfrentar uma possível redução de sua classificação de crédito pela Moody's.
Fila dos credores de até R$ 30 mil começou a andar na recuperação judicial da Light
A Light S.A. anunciou, nesta segunda (16), que concluiu o pagamento dos credores quirografários de até R$ 30 mil. A meta de realizar o pagamento a esta classe de credores em 90 dias integra plano de recuperação judicial, homologado pela Justiça, em 18 de junho de 2024.
A empresa não informou no fato relevante de hoje qual o montante destes pagamentos. A cláusula 6.1.3.1 do plano previa até R$ 300 milhões para esta classe de credores.
Quem tem no espeto valores maiores do que isso concordou, em sua maioria (99% dos credores), em receber debêntures (emissão de novas dívidas da empresa), que podem ou não ser conversíveis em ações.
CURTAS
CAFÉ MAIS CARO Com alta acumulada de 40% este ano, os contratos futuros do café atingiram seu valor mais alto desde 2011, em Nova York. A alta no mercado de café é alimentada pelas condições do clima no Brasil, maior produtor mundial, onde as perspectivas de produção estão sendo revisadas para baixo após a seca prejudicar as lavouras.
SUBWAY A Zamp, operadora do Burger King no Brasil negociada pela B3, anunciou que celebrou com a franqueadora internacional da Subway um acordo para uso da marca e desenvolvimento de restaurantes no Brasil. O valor da operação não foi informado.
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Quero receberRJ Desde dezembro de 2023, tais atividades são realizadas por uma afiliada local da SIFH, após o término do contrato de máster franquia com uma afiliada do grupo Southrock, atualmente em recuperação judicial. A nova operação Subway no Brasil não envolve o grupo Southrock.
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