Ibovespa se descola de NY e recupera nível dos 127 mil pontos
O Ibovespa se descolou de Wall Street, acelerou alta e recuperou o nível dos 127 mil pontos no período da tarde, com 66 papéis (de 85) no azul. O vértice positivo foi liderado por ações cíclicas, que se beneficiaram da queda dos juros futuros em boa parte da sessão, e a melhora também foi amparada pelo setor financeiro, visto que as ações preferenciais do Itaú e do Bradesco apagaram as perdas da manhã. Contudo, Banco do Brasil (-1,31%) fechou em queda antes do balanço, que será divulgado após o fechamento.
Nem mesmo o recuo das bolsas de Nova York limitou a recuperação da referência da B3. "Nossa bolsa passa a ter mais atratividade pelas relações de preço e lucro - vemos os preços ainda muito comprimidos, especialmente pela saída massiva do capital estrangeiro no ano, enquanto os resultados dos balanços continuam apresentando fundamentos sólidos", afirma Jaqueline Kist, especialista em mercado de capitais e sócia da Matriz Capital.
As ações cíclicas, consideradas mais sensíveis a juros, lideraram o campo positivo da referência da B3, com CVC (+9,94%), Localiza (+9,00%) e GPA (+8,42%), na esteira da curva de juros, que se ajustaram após o governo do Japão minimizar o risco de novo aperto monetário enquanto durar a volatilidade dos ativos, o que acabou trazendo alívio ao câmbio.
Entre as blue chips, destaque para valorização de Itaú PN (+0,27%) e Bradesco PN (+0,21%), que conseguiram inverter o sinal depois de passarem boa parte do pregão realizando lucros. A Unit do BTG Pactual, por sua vez, subiu 3,39%, na máxima intradia de R$ 33,55.
No setor financeiro, contudo, Banco do Brasil, que reporta balanço após o fechamento, cedeu 1,31%. "A queda do BB, mais forte desde cedo, pode ser causada pela expectativa com a qualidade dos resultados, com expectativa de provisões elevadas para cobrir possíveis inadimplências do setor rural, além de um salto nas despesas administrativas", comenta Inácio Alves, analista da Melver.
Dentre as blue chips de commodities, Vale cedeu 0,19% com pressão do minério de ferro, que caiu 2,41% em Dalian. Já os papéis da Petrobras ON (-0,14%) e PN (-0,15%) ignoraram a alta de mais de 2% do petróleo e fecharam em leve baixa, à medida em que o mercado se prepara para balanço do segundo trimestre de 2024, que será divulgado amanhã.
O Ibovespa fechou em alta de 0,99%, aos 127.513,88 pontos, após máxima (+0,99%) aos 127.517,18 pontos e mínima (0,00%) aos 126.267,70 pontos. O giro financeiro foi de R$ 21,0 bilhões. O índice acumula alta de 1,32% na semana e queda de 0,11% no mês.
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