Dólar cai com leilão e exterior, mas ajuste é limitado por riscos fiscal e de inflação
Após abrir com viés de alta, o dólar no mercado à vista passou a cair, se ajustando à desvalorização externa ante pares emergentes do real e com uma realização de lucros após cinco altas consecutivas. No radar está o leilão extra de swap cambial, que significa injeção de recursos novos no sistema (9h30), após outros dois leilões com oferta nova de dólares ao mercado na sexta-feira. A oferta nesta segunda é de até 14.700 contratos, no total de US$ 735 milhões. A liquidez deve ser mais enxuta por conta do fechamento dos mercados em Nova York pelo feriado nos EUA.
Contudo, o dólar futuro para outubro apenas desacelerou a alta intradia com investidores focados no risco fiscal e em perspectivas inflacionárias, após a adoção da bandeira vermelha de energia patamar 2. O governo detalha em entrevista nesta segunda o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2025, enviado ao Congresso na sexta-feira. Os juros futuros curtos e médios recuam com o dólar, mas a ponta longa sobe em meio ainda à percepção de risco fiscal.
A mediana do relatório Focus para a inflação suavizada dos próximos 12 meses subiu de 3,83% para 3,87%. A mediana para o IPCA de 2024 subiu pela sétima semana consecutiva, de 4,25% para 4,26%, distanciando-se do centro da meta, de 3%. Já a estimativa intermediária para a inflação de 2025 caiu de 3,93% para 3,92%. A mediana do Focus para a taxa Selic no fim de 2024 se manteve em 10,50% pela 11ª semana consecutiva e a projeção para o fim de 2025 também continuou estável, em 10,00% ao ano. E a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2024 subiu de 2,43% para 2,46%, enquanto a de 2025 recuou levemente, de 1,86% para 1,85%.
No mercado de câmbio, na sexta-feira, o BC fez um leilão de dólares à vista, com venda de US$ 1,5 bilhão, e ofertou mais 30 mil contratos de swap cambial (US$ 1,5 bilhão), mas só negociou 15.300 (US$ 765 milhões), restando um montante equivalente à oferta de hoje. Ainda está programado o leilão de rolagem de swap de outubro de até 12 mil contratos ou US$600 milhões (11h30).
A agenda no Brasil é pouco movimentada nesta segunda, mas terá como um dos destaques o detalhamento dos números do PLOA de 2025. O projeto traz a previsão de aumento de impostos e de pente-fino em benefícios sociais e previdenciários, com o governo buscando montar um Orçamento que demonstre equilíbrio entre receitas e despesas, viabilizando a manutenção da meta de déficit zero.
No PLOA, a projeção de receita total para o ano que vem ficou em R$ 2,91 trilhões. A projeção de despesa foi fixada em R$ 2,92 trilhões. A projeção de despesa primária do governo central ficou em R$ 2,39 trilhões, em um cenário que prevê resultado primário zero em 2025.
Às 9h30, o dólar à vista caía 0,25%, a R$ 5,6208. O dólar futuro para outubro subia 0,31%, a R$ 5,6410.
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