UE decide seguir adiante com plano de tarifar carros elétricos da China
A União Europeia (UE) irá impor tarifas de até 45% a carros elétricos fabricados na China, contrariando os apelos de executivos da indústria automotiva europeia que temem retaliação de Pequim e uma escalada da guerra comercial.
Os países integrantes da UE votaram nesta sexta-feira (4) pela aprovação de novas tarifas de importação a ser aplicadas durante os próximos cinco anos, em uma iniciativa que visa proteger montadoras europeias em meio à prática do governo chinês de subsidiar a produção de veículos elétricos.
Pelas regras da UE, seu braço executivo pode seguir adiante com as tarifas a menos que uma maioria qualificada de 15 países, representando 65% da população do bloco, vote contra o plano. Hoje, a Comissão Europeia disse ter obtido o apoio necessário para a adoção das tarifas, dando mais um passo no sentido de concluir uma investigação sobre subsídios iniciada há um ano.
A Comissão alega que a China subsidia fabricantes de veículos elétricos - incluindo montadoras europeias que importam veículos elétricos para a Europa - de uma forma que prejudica a concorrência.
No entanto, a gigante alemã Volkswagen e outras empresas europeias do setor manifestaram-se contra as tarifas, temendo represálias de Pequim que podem incluir tarifas retaliatórias a veículos europeus.
As montadoras europeias, incluindo Volkswagen, BMW, Mercedes-Benz e Stellantis, têm forte presença na China, que para muitas é seu maior mercado, mas enfrentam feroz concorrência de fabricantes locais como a BYD e a Geely.
Nas últimas semanas, representantes chineses tiveram reuniões com líderes europeus em uma tentativa de resolver a questão antes da votação sobre as tarifas e, embora nenhum acordo tenha sido alcançado, autoridades da UE disseram que a decisão de hoje não é necessariamente definitiva, uma vez que as portas continuam abertas para uma possível solução. Fonte: Dow Jones Newswires.
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