Petróleo fecha em alta, impulsionado por escalada de tensões entre Ucrânia e Rússia

Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta, com o WTI chegando a retomar a marca simbólica de US$ 70 durante momentos da sessão. Os temores pela escalada nas tensões geopolíticas entre Rússia e Ucrânia impulsionaram as cotações da commodity. Por sua vez, visando 2025, analistas observam que o mercado oferece sinais suficientes de um excesso de abastecimento, o que tende a pressionar os preços ao longo do próximo ano.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para janeiro fechou em alta de 1,96% (US$ 1,35), a US$ 70,10 o barril, enquanto o Brent para igual mês, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), avançou 1,95% (US$ 1,42), a US$ 74,23 o barril.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que o país testou um novo míssil de médio alcance em ataque contra a Ucrânia nesta quinta-feira. O dirigente afirmou que a ofensiva veio em resposta aos ataques ucranianos com mísseis dos Estados Unidos e do Reino Unido no início da semana. Na ocasião, o Kremlin alertou que Moscou poderia usar a arma contra países que permitiram que Kiev usasse seus mísseis para realizar ataques em território russo. Já o embaixador da Rússia no Reino Unido, Andrei Kelin, disse que os britânicos estão diretamente envolvidos na guerra da Ucrânia.

Visando o próximo ano, analistas dizem que o preço do Brent tende a cair de US$ 5 a US$ 9 com a grande oferta mundial da commodity, sobretudo de países que não são membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), e problemas de demanda devido a incertezas econômicas na China e Europa. Essas questões podem se agravar caso o novo governo Donald Trump nos Estados Unidos adote tarifas sobre importados da nação asiática e do velho continente.

O consenso entre os investidores é de que o mercado estará super abastecido no ano que vem, mas o USB WM acredita que os preços baixos podem levar a um crescimento menor que o esperado na oferta da commodity nos Estados Unidos. "Além disso, a Opep+ deve ser cautelosa em relação ao aumento da oferta se o mercado não conseguir absorvê-la, e sanções renovadas ao Irã e à Venezuela podem afetar o fornecimento", acrescenta, referindo-se à Opep e nações aliadas. "O crescimento econômico sólido, os cortes nas taxas de juros globais e as medidas de estímulos fiscal podem elevar moderadamente a demanda por petróleo. Esperamos preços moderadamente maiores para o petróleo em 2025", disse o UBS WM.