IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Os US$ 385,5 bi que fizeram a Bolsa da China disparar são mesmo motivo para tanto ânimo?

16/02/2016 12h00

SÃO PAULO - Em meio a tantos indicadores que só aumentaram as incertezas sobre a saúde da China, o gigante asiático divulgou números nesta terça-feira (16) que gerou alívio ao mercado e fez com que a Bolsa de Xangai tivesse o seu melhor dia em três meses e meio, com alta de 3,3%. 

Além da fala do primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, que acenou para novos estímulos se a economia desacelerar mais, o grande destaque ficou para a  alta recorde dos empréstimos em janeiro no país, o que levou o setor bancário para cima. 

Em janeiro, os bancos chineses liberaram 2,51 trilhões de yuans (US$ 385,5 bilhões) em novos empréstimos, o maior valor já registrado em um único mês e muito acima da previsão de 1,9 trilhão de yuans de 13 analistas consultados pelo Wall Street Journal.  Além disso, a base monetária da China (M2) subiu em ritmo anual mais forte em janeiro, de 14%, após avançar 13,3% em dezembro, também superando as expectativas, que eram de ganho de 13,5%. 

Porém, os dados não devem ser vistos com tanta euforia. Em relatório, o economista para China do Credit Suisse Dong Tao destaca acreditar que os indicadores supreendentes estão muito mais relacionado ao fato de os bancos estarem buscando garantir os “melhores projetos”, o mais rápido possível, do que exatamente um maior apetite em relação a crédito. Assim, os próximos números devem vir mais moderados. 

Porém, para ele, este nível de atividade de empréstimos deve postergar uma eventual flexibilização monetária do Banco do Povo da China, destacando que os membros do governo estão bem mais confortáveis com os níveis de crescimento do que o mercado. "Estes dados de certa forma ajudam a suportar esta tese e que a flexibilização monetária nao deve vir antes do meio do ano", afirma.

Por outro lado, vale ressaltar que o  banco central da China divulgou uma série de medidas nesta terça-feira para sustentar o crescimento contínuo de indústrias uma vez que a desaceleração econômica pesa sobre vários setores.  O Banco do Povo da China vai guiar o crescimento na oferta de crédito e dinheiro e usará várias ferramentas para manter a liquidez adequada, disse a instituição em documento divulgado em conjunto com sete outros ministérios e órgãos reguladores.

O BC também irá acelerar o descarte de ativos ruins e reduzir o empréstimo a empresas zumbis, disse o banco central.