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O que um bilionário da Bolsa disse sobre uma das melhores ações de 2015?

19/02/2016 08h46

SÃO PAULO - O empresário Lirio Parisotto, um dos maiores investidores pessoa física da Bolsa, diz não ter motivos para não se animar com a Braskem (BRKM5), uma das maiores altas da Bovespa em 2015, que revelou na manhã de ontem um lucro 300% maior do que registrado no ano anterior. As ações da petroquímica subiram 66% no ano passado, enquanto o Ibovespa caiu 13%. 

"Foram números realmente gordos, uma geração de caixa de quase R$ 10 bilhões. Como acionista, tenho o equivalente a 0,5% das ações da Braskem, fico feliz com esse resultado", disse, durante conferência da GO Associados realizada quinta-feira (18), na qual não dispensou a Petrobras de severas críticas. 

Não somente Parisotto se animou com o balanço da Braskem, mas o mercado como um todo. Na véspera, as ações da companhia registraram a maior alta do Ibovespa, exibindo ganhos de 6,7%, a R$ 25,72. Beneficiada pelo movimento de queda do petróleo em termos mundiais, a petroquímica encerrou o ano de 2015 com um lucro líquido de R$ 2,899 bilhões, 299% acima da marca do ano anterior, de R$ 726 milhões.

A companhia, assim como outras petroquímicas globais cuja produção depende da nafta, um derivado do petróleo, viu as margens crescerem em 2015 diante da queda do custo de sua principal matéria-prima. Além disso, no mercado doméstico, o dólar menos favorável às importações tornou a Braskem mais competitiva, o que também impulsionou a lucratividade da empresa e contribuiu para compensar a retração da demanda doméstica por resinas, utilizadas na fabricação de peças plásticas.

Parisotto, que diz não ter apenas ações mas também bonds da Braskem, ressaltou que tem admiração pela empresa, assim como na sua gestão. "Braskem é uma empresa muito bem gerida, eles entendem do negócio. Ela sabe exercer bem o monopólio que foi dado", disse.

O investidor comentou também sobre uma eventual saída da Petrobras do capital da Braskem como parte do plano de desinvestimento da estatal. Para Parisotto, a Braskem deve exercer seu direito de preferência caso a Petrobras venda sua participação ou no máximo dividir uma participação minoritária com algum sócio. "Dá para apostar que ela exerça", disse. A  Petrobras é, ao lado da Odebrecht, a controladora da Braskem, com cerca de 36% de seu capital, estimado em cerca de R$ 5,8 bilhões. 

Ontem, durante teleconferência sobre o balanço, o presidente da companhia, Carlos Fadigas, disse que A possível venda da participação que a Petrobras detém na Braskem não deve alterar a estratégia de expansão da petroquímica. " Continuaremos trabalhando dentro da Braskem na mesma estratégia que a gente sempre teve", afirmou. 

"Ficando ou vendendo a participação, o desejo é que a Petrobras se recupere, que possa voltar a crescer em investimentos e produção, para ampliar o setor químico. O que podemos fazer na Braskem é aumentar o valor de participação, agregando valor a todos os acionistas da Braskem", disse Fadigas.