Queda de braço entre pecuaristas e frigoríficos paralisa mercado do boi gordo
SÃO PAULO - O preço da arroba do boi gordo vem caindo dia a dia. Segundo a Scot Consultoria, das trinta e uma praças pesquisadas, sete apresentaram desvalorização. Na última terça-feira (8), segundo indicador Cepea/Esalq, a arroba fechou cotada em R$ 153,00, queda de 2,80%. Em Mato Grosso, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a pressão de baixa já ocorre desde a semana passada, quando o preço médio chegou em R$ 130,74, registrando queda de 1,10% em apenas um dia.
A desvalorização não é motivada por uma super oferta, pelo contrário, o cenário reflete a baixa quantidade de animais para abate, levando frigoríficos a reduzir suas escalas e diminuindo a demanda pelo boi gordo. Nesta semana, por exemplo, o grupo JBS concedeu férias coletivas para funcionários em quatros de suas plantas.
Essa queda de braço entre pecuaristas e frigoríficos vem paralisando os negócios no mercado de boi gordo. De um lado o frigorífico, que pressiona os preços reduzindo as compras. Do outro o pecuarista, que aproveita o período de chuvas para manter os animais mais tempo no pasto esperando por melhores preços.
A crise econômica também reduziu os estímulos de consumo da carne bovina. Cálculos da Scot Consultoria mostram que em um mês o preço da carne bovina sem osso acumula queda de 3,3% no mercado atacadista.
“Diante da impossibilidade de elevar o preço da carne ou reduzir os custos operacionais, alternativas para melhorar o resultado, fez as indústrias pressionarem fortemente o mercado do boi gordo esta semana”, descreve a análise da Scot Consultoria.
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