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BC vai cortar taxa de juros em junho? Veja a opinião de 4 especialistas

27/04/2016 20h43

SÃO PAULO - O Banco Central manteve na última quarta-feira (28), em decisão unânime, a taxa de juros básica da economia em 14,25% ao ano, por entender que a inflação ainda está muito alta para permitir um corte dos juros.

No comunicado, o Copom (Comitê de Política Monetária) reconheceu avanços na política de combate à inflação, mas ponderou que a elevada inflação em 12 meses e as expectativas para a inflação ainda distantes da meta "não oferecem espaço para a flexibilização da política monetária".

Esta foi a primeira vez desde outubro do ano passado que o Copom tomou uma decisão unânime. Veja abaixo comentários sobre a decisão:

Juro pode cair na próxima reunião

"A decisão veio sem novidades, mas o comunicado foi mais tolerante. O BC citar no comunicado que não é hora de cortar juros pode levar à leitura de que a próxima reunião vai ser o momento."

"O comunicado não necessariamente significa corte na próxima [reunião], mas o mercado pode ler dessa forma porque se ele fala isso quer dizer que houve a discussão de cortar juros."

"A reunião passada teve dissenso com alta [dois diretores votaram pela elevação da Selic]. Em um mês e meio já dá para ter tantos sinais melhores? Ainda tem muita incerteza, o BC poderia ter feito um comunicado mais conservador".

- Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos

Unanimidade surpreendeu

"Foi surpreendente a unanimidade. Eu imaginava que teriam alguns diretores pensando numa alta da taxa de juro por conta da política fiscal ainda frouxa. Mas não vou mudar meu cenário de corte de juro só em outubro. Enquanto a inflação de 2016 não cair para dentro da meta, eles não devem cortar a taxa de juro. Isso deve demorar mais um pouco ainda."

- André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos

Corte de juros em julho

"A decisão unânime e o tom do comunicado, além dos comentários que estão sendo feitos pelo provável novo governo, vão aumentar as apostas no corte de juros já em julho. Estamos alterando nossa previsão (de baixa) para agosto ante outubro."

- Pedro Tuesta, economista sênior para a América Latina da 4Cast

Próxima reunião pode ter novos membros

"Copom preferiu estender o comunicado para mostrar que, apesar da unanimidade, não há ainda condições de afrouxar [os juros]".

"Votação unânime poderia sinalizar que os dissidentes mais cautelosos já não estão mais tão preocupados com inflação. O BC mostrou que neste momento não está vendo espaço para cortar a taxa de juros".

"É preciso lembrar que na reunião de junho já se pode ter um novo BC, uma nova diretoria".

"Com sinais fiscais mais sólidos e um novo BC com forte credibilidade, isso pode favorecer o espaço para corte de  juros".

- Roberto Padovani, economista-chefe do Banco Votorantim

(Com Reuters e Bloomberg)

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