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Eurasia eleva perspectiva para Brasil com sinalizações de Temer; chance de Dilma continuar é de 10%

28/04/2016 19h17

SÃO PAULO - A consultoria de risco político  Eurasia Group elevou a perspectiva de risco político do Brasil de neutra para “positiva” no curto prazo em meio à expectativa de um forte início de mandato para o governo Michel Temer. A p erspectiva de longo prazo permanece neutra.

“O vice-presidente vai anunciar um time econômico confiável assim que assumir a Presidência, muito provavelmente em 12 de maio, e rapidamente se mover no sentido de uma agenda de reformas pró-mercado”, destaca a equipe de analistas da consultoria. 

O apoio do Congresso ao governo Temer está por trás da mudança de visão sobre o País, assim como os riscos mais contidos da Operação Lava Jato. Porém, a Operação deve seguir uma ameaça à nova administração.  Para a consultoria, caso assuma o cargo, Temer deve aprovar rapidamente reformas microeconômicas, abertura de reservas do pré-sal e autonomia do Banco Central. 

De acordo com a Eurasia, o plano de jogo do peemedebista é pressionar por reformas em dois termos, conseguindo primeiramente algumas vitórias rápidas no Congresso durante os 60 dias antes do recesso de julho. Temer vai trabalhar com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) em uma agenda positiva com foco em propostas que já estão em deliberação e que podem se avançar de forma relativamente rápida, caracterizando o fim de um impasse que tem existido nos últimos dez meses. 

No segundo momento, a expectativa é por reformas econômicas estruturantes que o novo ministro da Fazenda negociará com os líderes do Congresso ao longo de maio e junho. Neste cenário, a consultoria mantém a opinião de que o progresso nas reformas fiscais será modesto. 

"O governo de Temer enfrenta grandes desafios, e somos céticos se o eventual presidente será capaz de aprovar as reformas fiscais significativas. Uma administração liderada pelo vice-presidente claramente não será capaz de promulgar reformas de gastos que gerariam um superávit primário de 2% ou 3% do PIB nos próximos dois anos, o nível necessário para estabilizar a dinâmica da dívida. E medidas para aumentar a receita por meio de impostos mais altos terão apenas um impacto modesto. A equipe de Temer não estaria interessada em elevar impostos significativamente, por isso estamos céticos de que seu governo vai encampar a CPMF, mas taxas como a Cide podem ser elevadas. Além disso, a equipe econômica de Temer terá de renegociar um acordo com os governos estaduais a dívida dos estados".

Mas alguns progressos modestos na agenda fiscal parecem prováveis, afirma a consultoria, com o novo governo devendo representar um passo frente ao esforço doloroso e prolongado que é necessário para o reequilíbrio das contas. 

De acordo com a Eurasia, Temer ainda tem muitos passivos, como a possível oposição barulhenta do PT e o cenário de deterioração da economia. Porém, a maior ameaça reside na Lava Jato, que envolve grandes nomes do PMDB, como Calheiros e Cunha, e que Temer seja acusado de trocar um grupo de corruptos por outro.  Para a Eurasia, do ponto de vista prático, no entanto, o maior risco de Temer será nos próximos 4-5 meses.

No cenário atual, as chances de Temer continuar no poder até 2018 são de 60%. "Se ele sobreviver à próxima onda de delações e acordos de leniência que estão no radar, as chances de sua administração terminar vão crescer. Por essa razão, se Temer for capaz de obter o apoio de dois terços a favor do impeachment em uma votação no Senado que irá ocorrer em cerca de 2-3 meses, as chances dele terminar seu mandato iriam crescer para 75%", afirma a consultoria. 

"Temer enfrenta ventos contrários significativos e, como tal, há uma chance real de que a combinação da Lava Jato, um aprofundamento da recessão e o PT na oposição poderia gerar uma crise significativa. Se assim for, a pressão sobre o TSE para convocar novas eleições subiria significativamente", ressalta a consultoria. 

80% de chances de impeachment, 90% de Dilma não terminar mandato
Nos cenários traçados pela Eurasia, há 80% de chances do impeachment passar no Senado e 20% de não passar. Caso o impeachment não passe no Senado, há 40% de chances de Dilma terminar o mandato, com a presidente avançando em reformas e faça barganhas com os partidos de centro. Há 60% de chances de, se Dilma sobreviver ao impeachment, o TSE chamar novas eleições, com a saída de Dilma e do vice.  Se o impeachment for aprovado (80%), há 25% de chances de novas eleições e 75% de chances dele terminar o mandato.

Desta forma, há apenas 10% de chances de Dilma terminar o mandato, 30% de chances de novas eleições convocadas pelo TSE e 60% de chances de Temer terminar o mandato. 

Confira os cenários para a política traçados pela Eurasia:

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