Agronegócio exige profissional que combine bagagem técnica com visão de negócios
SÃO PAULO - O agronegócio eficiente e sustentável que o Brasil está construindo vai precisar cada vez mais de novos cérebros, com conhecimento acadêmico e profissional que combine repertório técnico com visão de negócios. Como há o desafio de se produzir mais com menos, o setor precisará de profissionais que sejam capazes de maximizar produtividade e resultados em um cenário cada vez mais agudo de uso racional de recursos naturais, pessoais e financeiros.
Este foi o principal destaque da palestra ministrada por Eduardo Brito Bastos, executivo e especialista no agronegócio, nesta quinta-feira (29), no Instituto de Economia Agrícola (IEA), órgão vinculado à Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo. Engenheiro agrônomo formado pela Esalq/USP, Bastos tem longa trajetória em empresas e entidades do setor rural.
Ex-diretor de relações institucionais da Dow Chemical Company e também ex-presidente do Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS), Bastos é atualmente diretor-executivo da Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC) e presidente do Comitê de Sustentabilidade da Abag.
Em sua exposição intitulada “Mudanças climáticas e segurança alimentar”, Bastos alertou que as instituições de ensino não estão formando engenheiros agrônomos já para o agronegócio de hoje, o que dirá para o do futuro. Isso porque, segundo ele, as transformações são muitas e rápidas no setor, e este cenário tende a se acentuar cada vez mais.
De acordo com Bastos, o engenheiro agrônomo, por exemplo, não tem que entender só de controle de pragas ou de adubação. O profissional que o mercado quer e exige, frisou Bastos, tem que correlacionar a bagagem técnica de um bom manejo da lavoura, com questões ligadas a taxas de retorno do investimento aplicado na atividade, e assim por diante.
Para exemplificar, Bastos citou o avanço do sistema de produção marcado pela integração de culturas, com agricultura, pecuária e plantio de florestas sendo consorciados numa mesma área. Nos sistemas integrados, pontuou Bastos, as análises técnica e financeira não podem mais ser feitas de modo individual para cada cultura.
De acordo com o especialista, a avaliação no sistema de ILPF [integração-lavoura-pecuária-floresta] tem que levar em conta o território total, fazendo a correlação dos fatores técnicos e financeiros entre todas as atividades, sob a perspectiva que se trata de um negócio só ao final.
Segundo Bastos, as instituições de ensino precisam formar profissionais, com conteúdo técnico e financeiro/econômico, que possam auxiliar o produtor rural a tomar a melhor decisão tanto do ponto de vista agronômico quanto de negócios.
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