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'Economist' compara Brasil a Thiago Braz e afirma: "o único caminho é para cima"

REUTERS/Sergio Moraes
Imagem: REUTERS/Sergio Moraes

18/08/2016 13h12

SÃO PAULO - Em matéria da edição desta semana chamada "o único caminho é para cima", a revista britânica "The Economist" fez um paralelo entre Thiago Braz, vencedor da prova de salto com vara na Olimpíada, e a economia brasileira, que está dando sinais de recuperação.

"Para muitos brasileiros, o ponto mais alto dos Jogos Olimpícos do Rio de Janeiro foi o dia 15 de agosto, no Engenhão, quando Thiago Braz ganhou uma medalha de ouro inesperada no salto com vara. A economia do Brasil não está nem perto de realizar um grande feito como o salto de Braz, mas está dando alguns sinais de retomada", afirma a publicação.

A revista britânica ressalta alguns motivos de animação, como a volta dos investimentos na indústria e o aumento da produção no setor pelo quarto mês seguido após dois anos de queda ininterrupta.

Em entrevista à publicação, o economista Arthur Carvalho, do Morgan Stanley, destacou que as empresas não estão contratando, mas o ritmo de demissões está diminuindo. Além disso, após significativas revisões para baixo, o FMI (Fundo Monetário Internacional) revisou a projeção do PIB brasileiro para cima e espera agora uma expansão de 0,5% no ano que vem. 

Crise política

A "The Economist" ressalta que boa parte dessa confiança se originou de mudanças em Brasília, com expectativa de resolução para a prolongada crise política, com o impeachment da presidente Dilma Rousseff devendo ser concluído ainda este mês. O "substituto" dela, Michel Temer, deve comandar o país pelos 28 meses restantes. 

"Ele animou os espíritos apenas por não ser Dilma", ressalta o Economist, destacando que Temer é um governante mais pró-mercado e que tem a confiança para impulsionar reformas, como mudanças na lei do pré-sal, privatizações, entre outros. "Porém, nada disso significa que a economia está em boa forma ainda", ressaltando que a economia ainda passa por diversos problemas. Para a companhia se manter viva, Temer tem que reduzir o deficit fiscal, em alarmantes 10% do PIB. 

"Caso contrário, as altas taxas de juros vão continuar a deprimir o crescimento ou a inflação irá surgir. Temer quer alterar a Constituição para congelar os gastos do governo em termos reais e fazer reforma da Previdência. Até agora, porém, tem aumentado os gastos, elevado os salários de funcionários públicos e aliviado a dívida dos estados".

Por enquanto, diz a revista, os aliados de Temer diz que essa generosidade se justifica para ter apoio político para o impeachment passar. Os mercados acreditam nisso. "Mas os aplausos vão desaparecer a menos que Temer atenda as altas expectativas para ele e para o Brasil", conclui a revista.

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