Credores da Oi não esperavam por nova operação da Lava Jato, diz jornal
Em meio a um longo e bilionário processo de recuperação judicial, os credores da operadora de telefonia Oi (SA:OIBR3) foram pegos de surpresa com a operação realizada ontem pela Polícia Federal. Isso porque eles não haviam computados o risco da Lava Jato no preço da renegociação da dívida de cerca de R$ 32 bilhões, que são detidas por quem possui esses títulos. As informações são da edição desta quarta-feira da Coluna do Broadcast, do jornal O Estado de S.Paulo.
A questão é que desde que a Oi (SA:OIBR3) entrou em recuperação judicial em 2016, e de diversas notícias sobre um possível envolvimento da companhia com a empresa do filho do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, o tema não chegou a ser debatido com os credores. Segundo a publicação, o entendimento era que o risco já havia ficado no passado.
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Apesar disso, o jornal informa que a percepção dos credores é que, por enquanto, essa investigação não deve afetar a companhia. No entanto, sabem que se isso acontecer irá dificultar as questões relacionadas ao caixa da companhia, que já é bastante complicada.
Com dívidas listadas em R$ 65 bilhões, a recuperação judicial da Oi (SA:OIBR3) já foi considerada a maior da América Latina.
Renúncia do presidente
O presidente-executivo da Oi (SA:OIBR3), Eurico Teles, afirmou nesta terça-feira que vai sair da companhia em recuperação judicial em 30 de janeiro do próximo ano e que o conselho de administração da operadora escolherá um substituto para ele.
Em entrevista a jornalistas convocada após a empresa ser alvo de operação da Polícia Federal mais cedo, o vice-presidente de operações da Oi (SA:OIBR3), Rodrigo Abreu, afirmou também que a saída de Teles da empresa não tem relação com a ação das autoridades que investigam supostos pagamentos irregulares para uma empresa parcialmente controlada pelo filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Estou aqui há 38 anos e essa companhia é só pepino. É só pepino tanto que foi para recuperação judicial. Por quê? Tinha dívida imensa, receita decadente, serviço fixo decadente", disse Teles durante a entrevista.
"Minha saída não tem nada a ver uma coisa com a outra. Um termo de transição foi protocolado na justiça e homologado em julho. Ele já apontava para isso e vou ficar na companhia até 30 de janeiro...vocês mesmo têm dito na imprensa que o Eurico vai sair e que o Rodrigo vai assumir", complementou o executivo.
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