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Ibovespa abre em alta em dia de realização de lucros no exterior; dólar sobe

17/12/2019 10h55

O Ibovespa abriu a sessão desta terça-feira com alta. Às 10h52, o principal índice acionário brasileiro tinha uma valorização de 0,28% a 112.213 pontos, afastando a possibilidade de prosseguimento de realização de lucros após a queda de 0,6% a 111.896 pontos no pregão de ontem (16). A recuperação das ações dos bancos e a Petrobras (SA:PETR4) puxam o Ibovespa para cima. Já o dólar interrompe a sequência de queda dos últimos pregões e opera opera em alta de 0,33% a R$ 4,0766.

O principal índice acionário brasileiro vai na contramão do exterior, onde "o mercado acionário mostra um viés de realização no exterior", avaliam analistas da corretora em relatório enviado a clientes. Contribui para a tendência em baixa das bolsas mundiais a paralisação da fabricação da aeronave 737 MAX da Boeing, que afeta ações de seus fornecedores ao redor do mundo. Além disso, o primeiro-ministro do Reino Unido Boris Johnson pretende mudar a lei para tornar impossível estender o período de transição após o Brexit, que deve terminar no final de 2020. Em linhas gerais, é o retorno do Brexit sem acordo, já que o principal negociador da UE, Michel Barnier, disse que será impossível negociar um acordo comercial abrangente no período.

A atual alta do Ibovespa mostra que os investidores já diluíram a possibilidade de retorno da CPMF, medida aventada pelo governo federal ontem no início da noite. O porta-voz da Presidência Otávio Rêgo Barros disse no começo da noite de ontem que o tributo pode ser eventualmente analisado pela equipe econômica. Após descartar a reintrodução do chamado "imposto do cheque" durante o seu governo em declarações nos últimos meses, inclusive sendo a justificativa para o então secretário da Receita Marcos Cintra, o presidente Jair Bolsonaro mudou o discurso ao comentar a recriação da CPMF.

ATA DO COPOM

O Banco Central ponderou nesta terça-feira que os últimos dados de atividade econômica e a maior eficiência do mercado de crédito e capitais podem resultar numa redução mais rápida da ociosidade na economia, pressionando a inflação para cima.

A mensagem veio em ata do Comitê de Política Monetária (Copom), na qual o BC também ponderou, logo em seguida, que a dinâmica dos núcleos de inflação sinaliza que a ociosidade dos fatores de produção ainda é elevada.

Na semana passada, o BC cortou a taxa básica de juros em 0,5 ponto pela quarta vez consecutiva, à nova mínima histórica de 4,50% ao ano, e indicou cautela em relação aos juros daqui para frente em meio a uma retomada econômica com mais ímpeto.

"O entendimento é que existe espaço para cortes adicionais em 2020 e o Banco Central estará monitorando o cenário no curto prazo", avaliam analistas da Mirae. "A leitura da ata divulgada hoje não esclarece de maneira certeira os próximos passos da Autoridade Monetária", explica André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos, analisando que o Copom "deixa subentendido que suas projeções de inflação são mais benignas que as de mercado ao levar em conta uma SELIC ainda menor em 2020 (indo para 4,25% no início do ano que vem), por outro fala mais uma vez em cautela".

De olho nesse quadro, economistas ouvidos pelo BC na mais recente pesquisa Focus preveem que haverá novo corte na Selic em fevereiro, mas desta vez de 0,25 ponto. Pela mediana das projeções, a expectativa é de que o Copom então suba os juros no segundo semestre, num ajuste de igual magnitude, levando a taxa básica a fechar o próximo ano em 4,5%.

Para Perfeito, da Necton, as condições durante a próxima reunião do Compom nos dias 4 e 5 de fevereiro não serão mais favoráveis para um corte adicional. "Muito provavelmente até o começo de fevereiro i-) nenhum avanço concreto será feito na agenda de reformas (em especial a tributária), ii-) a inflação estará ainda pressionada por alimentos e o IGP-M em alta por conta da alta recente do dólar irá apontar elevação de alguns preços administrados típicos de início de ano, iii-) a atividade deve estar dando sinais de recuperação mais evidente", pontua o economista.

NOTÍCIAS CORPORATIVAS

Natura (SA:NATU3)

A Natura (SA:NATU3) confirmou mudança da estrutura societária aprovada em assembleia em novembro e mudará de ticker na B3 a partir desta quarta-feira (18). Os detentores de ações NATU3 no encerramento do pregão do dia 17 de dezembro receberão automaticamente o mesmo número de papéis NTCO3.

Banco do Brasil (SA:BBAS3)

Banco do Brasil (SA:BBAS3) comunicou na noite de segunda-feira que assinou no último dia 13 novo contrato temporário de prestação de serviço de correspondente no país com os Correios em substituição ao atual contrato, que expirou no dia 15.

Petrobras (SA:PETR4)

A chinesa Sinopec e a norte-americana EIG Global Energy Partners entregaram ofertas não vinculantes para a compra da refinaria Regap, da Petrobras (SA:PETR4), disseram três fontes com conhecimento do assunto.

Com capacidade para o processamento de 150 mil barris por dia, a Regap é a quinta maior refinaria entre as oito colocadas à venda pela estatal como parte de um plano de que visa levantar bilhões de dólares para pagamento de dívidas e aumento do foco em exploração e produção de petróleo em águas profundas e ultraprofundas.

Além disso, a estatal petrolífera iniciou nova fase do processo para venda de sua participação em quinze blocos exploratórios em terra na bacia de Sergipe-Alagoas, que envolverá o recebimento de ofertas vinculantes pelos ativos, disse a companhia em comunicado nesta terça-feira.

Comgás (SA:CGAS5)

O conselho de administração da Comgás (SA:CGAS5) aprovou contratação de financiamento entre a companhia e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no valor de 2 bilhões de reais, de acordo com a ata da reunião realizada na segunda-feira.

Alupar (SA:ALUP11)

A Alupar (SA:ALUP11) antecipou o pagamento de R$ 369,7 milhões para resgatar todas as debêntures simples, não conversíveis, da quinta emissão, realizada em maio de 2012. Os papéis venceriam em maio de 2027, e eram remunerados pelo IPCA, mais 7,80% ao ano.

Valid (SA:VLID3)

A Valid (SA:VLID3) comprou 51% da fintech BluPay por até R$ 25,8 milhões – inicial de R$ 3,9 milhões – para crescer no conhecimento de transações financeiras baseada em tecnologia blockchain, mostra um comunicado enviado ao mercado nesta segunda-feira (16).

Via Varejo (SA:VVAR3)

A Via Varejo (SA:VVAR3) realizou evento com investidores em São Paulo e abordou sua estratégia de crescimento para os próximos meses. "A Via Varejo vai ser muito mais do que um vendedor de geladeira e TV", disse o presidente da empresa, Roberto Fulcherberguer durante o evento.

Sem entrar em detalhes, o executivo afirmou que o foco de expansão será nas regiões Norte e Nordeste e no desenvolvimento do seu banco digital, além de melhorar a logística da companhia. Denominado de BanQi, a estratégia de expansão do banco digital da companhia deve ocorrer pela unificação dos cadastros da varejista, que tem informação de mais de 87 milhões de clientes, e reativação os clientes inativos.

Fulcherberguer reafirmou que a Via Varejo (SA:VVAR3) faturou R$ 1,1 bilhão em vendas durante a Black Friday, com os sistemas da companhia respondendo de forma adequada durante o já tradicional dia de promoções no varejo brasileiro.