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Investidor local deve continuar sustentando alta do Ibovespa em 2020, diz BTG

20/12/2019 15h32

Por Leandro Manzoni

A redução da taxa básica de juros de 6,5% para 4,5% no segundo semestre do ano diminuiu a rentabilidade dos ativos de renda fixa e forçou a realocação dos recursos da carteira dos investidores locais para renda variável. A maior exposição a ativos de maior risco deve continuar no ano que vem, na avaliação do BTG Pactual (SA:BPAC11) no relatório "Perspectivas Estratégicas para o Brasil em 2020" distribuído aos clientes recentemente, e impulsionar o Ibovespa a uma alta até os 134 mil pontos, de acordo com cenário-base do banco.

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A estimativa do BTG (SA:BPAC11) é que R$ 69 bilhões de recursos dos fundos podem entrar na renda variável no ano que vem. Isso porque os níveis de alocação no mercado acionário estão menores em relação ao período do primeiro mandato da ex-presidente Dilma Rousseff, de acordo com relatório assinado pelos analistas Carlos Sequeira e Osni Carfi. Naquela ocasião, 14% dos recursos dos fundos estavam alocados em ações, mas abaixo do pico histórico de 22% atingido em 2007.

Em outubro, os fundos locais tinham destinado 12,5% dos seus recursos alocados em ações, contra 8,9% em agosto de 2018. Na avaliação do banco, se o nível de alocação subir para o nível pré-recessão, isso significa compra de R$ 69 bilhões em ações em 2020.

Incertezas se os estrangeiros participam da festa

A valorização de 31% do Ibovespa em 2019 até o fechamento do pregão de ontem foi uma festa exclusivamente brasileira. Isso porque o saldo de estrangeiros no mercado secundário na B3 é amplamente negativo, ou seja, houve mais venda do que compras de ações por agentes que vivem no exterior. Até o dia 17, os estrangeiros retiraram R$ 41,76 bilhões do que alocaram na bolsa brasileira em 2019, segundo dados da B3.

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Na avaliação do BTG (SA:BPAC11), não há clareza sobre a entrada maior do que saídas de recursos do investidor estrangeiro. "Desde a eleição do presidente Bolsonaro, e refletindo cautela em relação a risco, os estrangeiros não elevaram sua exposição no Brasil", avaliam os analistas, citando a alta volatilidade do mercado acionário global em 2019, com o vai-e-vem das guerras comerciais promovidas pelo presidente dos EUA Donald Trump, especialmente com a China.

Mesmo assim, o BTG (SA:BPAC11) faz uma estimativa de que estrangeiros podem alocar US$ 55 bilhões (aproximadamente R$ 226 bilhões) em ações brasileiras. Os analistas projetam o valor com a hipótese de que os investidores globais vão aumentar o nível de exposição a ativos brasileiros ao mesmo patamar de 2014, antes da entrada recessão econômica de 2015-16.

Em outubro de 2014, o nível de alocação em ações brasileiras dos fundos globais era de 1,41% do total de seus recursos. Em outubro deste ano, o nível estava em 0,47%. O crescimento de quase 1 ponto percentual da participação dos ativos brasileiros nas carteiras destes fundos pode trazer esse dinheiro para o país.

Em relação aos fundos com alocação em ativos de países emergentes, a exposição em ações brasileiras correspondia a 8,5% do total em outubro deste ano – contra 8% do mesmo mês do ano anterior. Em outubro de 2014, este nível era 11,7%.

"Acreditamos que um crescimento econômico mais forte deve finalmente retornar os fluxos dos investidores brasileiros ao Brasil", projetam os analistas do BTG (SA:BPAC11).