Volume do mercado secundário de debêntures aumenta 174% em dois anos
O volume de debêntures negociado no mercado secundário avançou 174% em dois anos. Os números constam de levantamento realizado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA) e mostra que o total passou de R$ 36,1 bilhões, de janeiro a novembro de 2017, para R$ 99 bilhões no mesmo período de 2019.
De acordo com a associação, esse crescimento resulta da mudança do perfil de negociação desses papéis, estimulada pela baixa taxa de juros e pela demanda maior dos investidores por instrumentos de crédito privado. Para a ANBINA, o movimento contribuiu para que o volume de debêntures passíveis de negociação no mercado secundário, ou seja, aquelas que não estão encarteiradas pelos bancos coordenadores das ofertas públicas, passasse de R$ 180 bilhões, em novembro de 2017, para R$ 319 bilhões, em novembro de 2019, um avanço de 77%. A quantidade de papéis também cresceu 33% no período, de 742 para 1.005 ativos.
"De 2017 para cá, as debêntures ganharam fôlego por uma série de motivos, como os sucessivos cortes na Selic desde o fim de 2016, que incentivaram os investidores a buscar mais rentabilidade em outros produtos. Também vale destacar a menor atuação do BNDES no financiamento de empresas, o que aumentou a demanda das companhias de se financiarem via mercado de capitais. Além disto, foi ampliada a base de investidores com a maior oferta de debêntures incentivadas emitidas pela Lei 12.431", explica José Eduardo Laloni, vice-presidente da ANBIMA.
Os números mostram que com o forte crescimento das debêntures, os fundos de investimento passaram a ter maior participação na distribuição das ofertas públicas destes produtos, uma vez que começaram a focar em estratégias dedicadas aos ativos de crédito privado.
Até novembro de 2019, os fundos absorveram 52% do montante total das ofertas, enquanto as instituições ligadas aos emissores ficaram com 37% do volume dos papéis. Em 2017 (ano completo), essa relação era similar, de 55% contra 35%, e em 2015 (ano completo) o cenário era o oposto: a maior parte das ofertas (63%) foi direcionada às instituições coordenadoras e a menor (23%) para os fundos de investimentos.
"No passado, os investidores queriam comprar, mas não tinha papel no mercado. E quando tinha, havia a preocupação de não conseguir vendê-lo no secundário. A queda na participação dos intermediários nas ofertas propicia mais ativos elegíveis à negociação, o que impulsiona o crescimento de operações e, consequentemente, traz maior liquidez", afirma Laloni.
O giro, ou seja, a relação de volume negociado sobre o estoque em mercado, também mostrou elevação, especialmente nas debêntures incentivadas. Estes papéis registraram giro de 48% em 2019 (novembro) contra 33%, entre janeiro e novembro de 2017; seguidos das debêntures remuneradas pelo DI (27%) e das indexadas ao IPCA e sem isenção (24%).
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