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Siderurgia tem queda no lucro mas um payout elevado

13/05/2010 16h02

Rio de Janeiro, 13 de Maio de 2010 - A produção brasileira de aço bruto fechou 2009 com queda de 21,4% frente ao ano anterior. Porém, mesmo com a redução no período, o payout da indústria (dividendos mais JCP sobre o lucro líquido) cresceu expressivamente 62,6%. Em um ano de queda superior a 50% no lucro das empresas, o resultado mostra o compromisso das companhias com seus acionistas, conforme análise da GRC Visão para o Anuário Estatístico das Companhias Abertas, que será lançado em julho pela ABRASCA-Associação Brasileira das Cias. Abertas.
O Valor de Mercado das 15 empresas do grupo analisado também apresentou forte valorização ao longo de 2009: 83,6%. Com esse resultado, o percentual do pagamento de proventos (dividendos + JCP) em relação ao valor da empresa (múltiplo D/Y) caiu a menos da metade: foi de 7,9% em 2008, para 3,0% no ano passado.
No geral, os indicadores do setor de siderurgia e metalurgia registraram quedas: o lucro líquido caiu 56,8%, indo de R$ 14.566 milhões para R$ 6.299 milhões; a Receita Líquida das empresas diminuiu em 25,4%, de R$ 40.885 milhões para R$ 30.440 milhões; o Ativo Total baixou 6,9%, o Patrimônio Líquido, 5% e o Passivo Circulante, 32,6%.
Também fechou o ano passado com decréscimo, a deliberação de dividendos e o pagamento de Juros sobre o Capital Próprio (JCP), que passou de R$ 5.578 milhões para R$ 3.942 milhões, o que significou uma redução de 29,3% sobre 2008. No mesmo período, as vendas domésticas do setor despencaram 25,2%; enquanto no mercado exterior, a indústria reduziu em 2% o volume de vendas e em 38,6% o valor das exportações.
Já, para 2010, os investidores apostam em uma recuperação das margens e produtividade do setor para níveis próximos ao pré-crise. Além disso, a demanda doméstica, como vem acontecendo nos últimos anos, deve responder por grande parte da produção, voltando a ganhar espaço sobre o mercado externo. Um ponto negativo para as siderúrgicas pode vir de cotações mais altas para o minério de ferro, com previsões de reajustes que já chegam a 50%. Mesmo com uma capacidade de produção altamente ociosa, acredita-se que grande parte desse aumento pode ser repassado para uma demanda crescente por aço, originada pelos dois grandes eventos esportivos que o Brasil sediará: a Copa do Mundo e as Olimpíadas.