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Governo amplia cobrança de imposto para tentar segurar queda do dólar

Da Redação, em São Paulo

06/04/2011 18h55

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta quarta-feira mais uma medida para tentar segurar a queda do dólar. A partir desta quinta-feira, as empresas que tomarem empréstimos de menos de dois anos no exterior vão pagar 6% de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

A regra atual determinava que esse imposto era pago por empresas que tomassem empréstimos abaixo de um ano. Agora passou a ser dois anos. Se o prazo do empréstimo for superior a 720 dias, então há isenção de IOF, e a empresa não paga nada.

Segundo o ministro, a medida foi adotada "para desencorajar tomada de crédito a prazos mais curtos. Além de reduzir o fluxo de capital de dólares para o Brsil, estamos procurando diminuir oferta de crédito para a economia brasileira."

O ministro diz que, como os juros estão altos no Brasil, as empresas fazem empréstimos no exterior, pagando uma taxa menor e usam os recursos para aplicações financeiras aqui (chamadas de "arbitragem"). Elas ganham com a diferença de taxas (o que estão pagando pelo empréstimo e o que estão recebendo pelo investimento).

Mantega afirmou que o anúncio "ajuda a evitar valorizaçãop excessiva do real".

Outras decisões anteriores

Na semana passada, o governo já havia instituído a cobrança de 6% de IOF para empréstimos de até 360 dias.

Também na semana passada, o governo havia anunciado outra medida relativa a câmbio. Foi aumentado de 2,38% para 6,38% no IOF para compras com cartão de crédito no exterior.

Confira no UOL Economia as principais medidas para tentar conter a desvalorização do dólar adotadas pelo governo nos últimos meses.

FMI critica medidas

Um documento divulgado na terça-feira pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) afirma que medidas adotadas pelo governo brasileiro para conter os fluxos de capitais, como as relacionadas ao IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), não tiveram efeito de longo prazo sobre a taxa de câmbio, e que o real está "sobrevalorizado".

"Evidência empírica sugere que as medidas relacionadas ao IOF não tiveram um efeito claro e duradouro sobre a taxa de câmbio", diz o texto, intitulado Experiências Recentes na Administração de Controles de Capitais.