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Dilma reúne-se com líderes dos Brics para afinar discurso antes do G20

Do UOL Economia, em São Paulo

03/11/2011 09h26

A presidente Dilma Roussef participa nesta quinta-feira (3) de uma reunião em Cannes, na França, antes da cúpula do G20 -grupo integrado pelas 20 principais economias do mundo-, que acontece na quinta e sexta-feira.

Dilma reúne-se com os demais representantes dos Brics (grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). A ideia é unificar o discurso do bloco sobre as medidas que devem ser adotadas para combater os impactos da crise econômica global.

O QUE É E QUEM FAZ PARTE DO G20
O G20 foi criado em 1999, após crises financeiras na Ásia, na Rússia e na América Latina. Reúne os países ricos do G7 -EUA, Japão e Alemanha, entre eles- mas também países emergentes, como Brasil, China e Índia.

África do SulAlemanhaArábia SauditaArgentina
AustráliaBrasilCanadáChina
CoreiaEUAFrançaÍndia
IndonésiaItáliaJapãoMéxico
Reino UnidoRússiaTurquiaU. Europeia

Ontem (2), Dilma se reuniu com o líder da China, Hu Jintao, a primeira-ministra da Austrália, Julia Gillard, e o diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Juan Somavia.

Além de Dilma, a delegação brasileira é composta pelos ministros da Fazenda, Guido Mantega, das Relações Exteriores, Antonio Patriota, da Secretaria de Comunicação Social, Helena Chagas, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel. A previsão é que Dilma retorne ao Brasil no sábado (5).

Crise na Europa deve ser foco do G20

O principal assunto em pauta no G20 deve ser a crise europeia e o papel dos países emergentes em uma eventual ajuda à zona do euro. As incertezas com a região se agravaram nesta semana depois que a Grécia anunciou um referendo para consultar a população sobre a adesão ao plano de resgate do país acordado pela União Europeia há poucos dias.

Europa vai ao G20 com proposta de plano de resgate

A Europa chega a Cannes com um pacote de medidas adotado na quinta-feira passada, em Bruxelas, para tentar resolver uma crise da dívida, que dura já dois anos, e para tentar evitar uma recessão da economia mundial.

Uma das decisões foi ampliar o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, dos atuais € 440 bilhões para € 1 trilhão, para evitar o contágio de outros países da zona do euro, como Itália e Espanha.

Apesar de não estar muito definido o funcionamento deste fundo de resgate, os europeus esperam que países emergentes como Brasil e China possam contribuir.

Os líderes europeus também fecharam um acordo com os credores privados que possuem títulos da dívida da Grécia. Eles aceitaram perdas de 50% nos seus papéis, o equivalente a € 100 bilhões (US$ 140 bilhões).

Acordo com Grécia na berlinda

O premiê grego, George Papandreou, anunciou na segunda-feira a convocação de um referendo para aprovar o plano de resgate à Grécia. Porém, uma pesquisa feita pela empresa Kappa indicou que 60% dos entrevistados no país são contrários ao acordo alcançado com os sócios europeus.

O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, criticou a medida e disse que, se a iniciativa for recusada, será um caos. "Se for aprovado (o acordo), poderá ser um sinal positivo para as pessoas. Se fracassar (e a iniciativa for rejeitada), será um caos", afirmou.