BMW diz que governo brasileiro cria incertezas para fábrica no país
A BMW ameaçou nesta terça-feira desistir dos planos de construir uma fábrica de montagem de veículos no Brasil se novas medidas impostas pelo governo impedirem a produção lucrativa no país.
"Não iremos para o Brasil para termos prejuízo", disse diretor de produção da BMW, Frank-Peter Arndt, a jornalistas durante reunião anual do grupo.
Atualmente, os planos da montadora de carros de luxo envolvem a construção de uma fábrica em São Paulo ou Santa Catarina.
Em janeiro, uma fonte da Reuters no Brasil afirmou que a montadora estava nos estágios finais de escolha do local de sua primeira fábrica na América Latina, com uma decisão esperada para fevereiro. Desde o ano passado a empresa vem negociando a instalação da unidade no país.
A própria montadora vinha afirmando que esperava uma decisão sobre a fábrica para o fim de 2011, mas a elevação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de veículos importados, anunciada em setembro pelo governo, teria atrasado o processo.
As vendas da BMW no Brasil em 2011 somaram 12.074 unidades, salto de 42% sobre os 8.534 veículos emplacados em 2010, em meio ao crescimento da economia e aumento da renda da população.
Polêmicas com o México
Nos últimos meses, o governo brasileiro pediu que o México limite o valor das suas exportações de automóveis para o Brasil para cerca de US$ 1,4 bilhão para os próximos três anos como parte de um conjunto de demandas para renegociar o acordo do comércio automotivo entre os dois países.
O governo também disse que a quota foi o valor médio anual das exportações de automóveis do México para o Brasil nos últimos três anos, de acordo com uma carta datada de 8 de março à chanceler mexicana Patricia Espinosa e ao ministro da Economia Bruno Ferrari, à qual a Reuters teve acesso.
O documento afirma que os dois lados haviam chegado a um entendimento para definir os termos da revisão do acordo. O governo mexicano não estava imediatamente disponível para comentar o assunto.
Carros mexicanos provocam rombo na balança comercial
O acordo automotivo entre Brasil e México provocou um rombo de R$ 1,55 bilhão na balança comercial brasileira apenas com a importação de automóveis de passeio. Em 2011, o Brasil vendeu para o México pouco mais de US$ 512 milhões de carros, mas gastou US$ 2,07 bilhões na compra de automóveis mexicanos.
De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, em 2011, no âmbito do acordo automotivo, o Brasil exportou para o México US$ 1,81 bilhão em veículos e autopeças e importou dos mexicanos US$ 2,51 bilhões, gerando saldo foi negativo de US$ 696 milhões.
Acordo
Pelo acordo, os carros vindos do México não são considerados importados –estando, portanto, isentos da alta do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) que vigora desde o mês passado.
A Nissan seria uma das empresas mais afetadas. A montadora importa daquele país cinco modelos: Sentra, Tiida Hatch, Tiida Sedã, Versa e March.
A Fiat importa do México os modelos 500 e Freemont. A General Motors, o esportivo Captiva. Os modelos Fusion e New Fiesta, da Ford, também veem daquele país.
(Com informações de Reuters e Agência Brasil)
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