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Empresa que exporta carvão de osso de boi prevê crescer no país com lei verde

Francisco Meira, diretor da Bonechar, produz carvão animal a partir de ossos de boi - Divulgação
Francisco Meira, diretor da Bonechar, produz carvão animal a partir de ossos de boi Imagem: Divulgação

Larissa Coldibeli

Do Uol, em São Paulo

30/05/2012 06h00

A Bonechar utiliza uma matéria-prima incomum na fabricação de seus produtos: ossos de boi descartados em açougues. Com eles, o empreendedor Francisco Meira fabrica desde 1987 um produto que nenhuma outra empresa da América Latina faz: o carvão animal. 

O produto é vendido para indústrias que fazem o clareamento do açúcar e tratamento de efluentes líquidos, retirando metais pesados da água. No entanto, as propriedades do carvão animal ainda são pouco divulgadas no Brasil.

Segundo Meira, a falta de informação sobre o carvão animal faz com que a solução não tenha demanda significativa no país. Aqui, o mercado é dominado por produtos químicos, que são mais baratos.

“Em países com legislação ambiental mais avançada, onde o uso de produtos químicos na indústria é controlado, o carvão animal é amplamente conhecido e utilizado. A Bonechar vive basicamente da exportação”, diz Meira.

Nova política de resíduos deve dar impulso ao negócio

Entretanto, com a aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que determina que as indústrias serão responsáveis pelo tratamento de seus resíduos -- inclusive efluentes líquidos -- até 2014, a Bonechar já se prepara para conquistar clientes no Brasil.

Para isso, a empresa está investindo na melhoria de processos com o objetivo de aumentar sua produtividade e firmou parcerias com universidades para desenvolver estudos e promover seu produto.

O conhecimento de Meira sobre o carvão animal veio da convivência da família dele com imigrantes poloneses que se instalaram no Paraná nos anos 60.