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Sonho de Valsa é o mesmo há quase 75 anos; veja como é fabricado

Aiana Freitas

Do UOL, em Curitiba (PR)

05/09/2012 06h00

O Brasil tem atraído a atenção da empresa americana Kraft Foods, dona das marcas de chocolate Lacta, Toblerone, Milka e Cadbury. A fábrica da empresa em Curitiba, no Paraná, se tornou a maior da empresa no mundo em março desde ano, quando ultrapassou a unidade inglesa.

É nessa fábrica, onde há cerca de 4.000 funcionários, que é produzido, entre outros chocolates da Lacta, o bombom Sonho de Valsa. O produto, criado em 1938 pela empresa brasileira (vendida para a Kraft em 1996), é, segundo a fabricante, o mais vendido do país.

O UOL acompanhou a fabricação do produto. Cerca de 40 minutos se passam desde o momento em que a farinha chega à fábrica até a ida do bombom para o centro de distribuição.

A farinha é, inicialmente, misturada com outros ingredientes, formando uma massa. Massas desse tipo são usadas em todos os produtos que têm wafer, como os chocolates Bis e Lancy, também da Lacta. Cada produto, porém, é feito com ingredientes diferentes.

A massa segue, então, para um molde, que também varia de produto para produto. No caso do Sonho de Valsa, esse molde tem o formato de uma placa que agrupa dezenas de metades de bombons. Depois de receberem o recheio (que leva, entre outros ingredientes, amendoim e castanha), as placas são ligadas duas a duas.

Depois que as placas são cortadas, o bombom está pronto para receber três coberturas: uma de chocolate amargo e duas de chocolate ao leite. É embalado e, então, levado ao centro de distribuição.

Funcionários fazem degustação de bombons

Todo o processo é automatizado. Algumas etapas, porém, exigem uma supervisão mais próxima dos funcionários. Cabe a eles, por exemplo, verificar, antes que o bombom seja acondicionado em sacos plásticos, se ele está devidamente fechado.

Operadores de máquinas e auxiliares que trabalham na fábrica, entre outros funcionários, também formam grupos que fazem, em esquema de rodízio, uma avaliação sensorial dos produtos. A avaliação sensorial nada mais é do que a degustação de uma amostra de bombons para saber se eles têm alguma variação de sabor ou textura.

Uma análise laboratorial também é feita para detectar possíveis variações químicas e biológicas nos produtos. Se uma amostra apresentar problemas numa dessas análises, todo o lote é descartado. Se nenhuma alteração for percebida, o lote é liberado e sai do centro de distribuição em caminhões.

Em quase 75 anos, produto teve poucas modificações

Apesar da modernização da produção, o Sonho de Valsa passou por poucas mudanças desde que foi criado, em 1938. O recheio, por exemplo, é o mesmo há quase 75 anos.

Uma mudança significativa, porém, foi feita no ano passado. A embalagem do produto passou a ser selada com uma cola especial. O objetivo, segundo a empresa, foi aumentar a durabilidade do bombom. "A embalagem antiga facilitava a entrada de umidade no produto", diz o gerente de produção de massas da fábrica de Curitiba, Robinson Cernicchiaro. Isso poderia deixar o doce murcho.

A modificação, no entanto, foi feita de forma que causasse o mínimo de impacto do ponto de vista do consumidor. O logotipo continua o mesmo, assim como o desenho do casal que dança.

"O Sonho de Valsa é uma marca que as pessoas acompanham há muito tempo, muito usada para presentear e associada ao romantismo", justifica a gerente de marketing Patrícia Borges.