BC reduz previsão de crescimento do Brasil a 1% em 2012 e eleva projeção de inflação
O Banco Central reduziu a previsão para o crescimento da economia brasileira neste ano a 1%, ante 1,6%, ao mesmo tempo em que piorou sua perspectiva para inflação em 2012, mas melhorou ligeiramente a de 2013.
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Se confirmado, será o pior desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) do país desde 2009, auge da crise internacional, quando houve contração de 0,3%.
Segundo o Relatório Trimestral de Inflação da autoridade monetária divulgado nesta quinta-feira (20), a redução nas contas deste ano veio da piora das previsões para quase todas as variáveis que compõem o PIB, com destaque para a queda do investimento, que passa a ser projetada em 3,5%, ante a indicação anterior de recuo de 1,3%.
O BC também piorou sua estimativa para o setor industrial a 0,5%, ante 0,1%, neste ano. A indicação de retração na agropecuária agora é de 1%, frente 1,4% anteriormente. Já a estimativa de alta do setor serviços foi atualizada para 1,6%, em comparação à variação positiva de 2,2% feita em setembro.
O BC também vê menor demanda interna, indicando que a alta no consumo das famílias será de 3%, ante 3,3% anteriormente, e que o consumo do governo será 3,2% maior, frente à previsão anterior de 3,7%.
Recuperação em 2013
Para 2013, no entanto, a autoridade monetária vê recuperação da economia, e calcula que, em quatro trimestres, o PIB crescerá 3,3% no terceiro trimestre do próximo ano.
"A economia brasileira segue em recuperação, conforme evidenciado pela evolução das taxas de crescimento trimestrais do PIB na margem. Esse processo tende a ser intensificado em 2013, em parte, em decorrência de impactos cumulativos das ações de política recentemente implementadas", informou o BC via o relatório.
Preços
O BC piorou suas projeções sobre o IPCA neste ano, com alta de 5,7% pelo cenário de referência, ante previsão anterior de 5,2%. Para o próximo ano, no entanto, ele melhorou um pouco as contas, para 4,8%, frente a 4,9% visto em setembro. E, pela primeira vez, a autoridade monetária divulgou a projeção para a inflação em 2014 todo, de 4,9%, também pelo cenário de referência --dólar a R$ 2,05 e Selic constante a 7,25%.
Todas as projeções estão acima do centro da meta oficial, de 4,5% pelo IPCA. "A evolução dos preços ao consumidor nos últimos meses refletiu a aceleração dos preços livres, influenciada pelos aumentos nos grupos alimentação, vestuário e transportes".
Pelo relatório, o BC reforçou mais uma vez que a Selic (taxa básica de juros) ficará estável no atual patamar mínimo histórico de 7,25% ao ano por um "período suficientemente prolongado" e que a inflação convergirá para o centro da meta em 2013, ainda que de forma não linear.
Prévia da inflação
Na quarta-feira (19), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que a inflação acelerou na primeira metade de dezembro para o maior nível em mais de um ano e meio por causa dos preços das despesas pessoais e alimentos.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial do país, teve alta de 0,69%, a maior desde maio de 2011 (0,70%). Nos 12 meses até a metade de dezembro, os preços no IPCA-15 avançaram 5,78%, mostrou a pesquisa, ante alta de 5,64% no mês anterior.
O IPCA-15 havia subido 0,54% em novembro, desacelerando sobre o período anterior, mas a inflação medida pelo IPCA voltou a se fortalecer e fechou com alta de 0,6% no mês passado.
(Com informações da Reuters)
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