Com queda na conta de luz, prévia da inflação desacelera para 0,68% em fevereiro
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial, teve alta de 0,68% em fevereiro, menor que a de 0,88% registrada em janeiro. O principal motivo da desaceleração foi a queda na conta de luz.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (22) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Com isso, nos últimos 12 meses, a inflação subiu para 6,18%.
A meta de inflação do governo é de 4,5% pelo IPCA (índice oficial da inflação), com margem de mais ou menos dois pontos percentuais. Em janeiro, a inflação oficial do país atingiu a maior taxa mensal em quase oito anos, ao subir 0,86%, e acumulando 6,15 por cento.
Queda na conta de luz foi principal influência
Segundo o IBGE, o principal destaque foi a queda de 13,45% nas contas de energia elétrica, item que exerceu o impacto mais significativo para a desaceleração do índice, retirando 0,45 ponto percentual do resultado. Sem isso, a inflação no mês teria superado 1%.
A tarifa elétrica compensou os aumentos de 2,26% nos valores do aluguel e de 1,33% do condomínio em fevereiro, fazendo com que as despesas do grupo habitação recuassem 2,17%, ante alta de 0,74% em janeiro.
Segundo o IBGE, o grupo Educação registrou a maior alta neste mês, de 5,49%, ante 0,33% em janeiro. A inflação do grupo Alimentação e bebidas acelerou um pouco no período, com alta de 1,74%, ante avanço de 1,45%.
Já as Despesas Pessoais mostraram desaceleração, com alta nos preços de 1,15% em fevereiro, ante 1,8% do mês anterior.
Governo tem como desafio controlar a inflação
Com o objetivo de ajudar a controlar a inflação e estimular a economia, o governo reduziu as tarifas de energia em 18% para consumidores residenciais e em até 32% para consumidores industriais, agrícolas e comerciais.
A aceleração da inflação vêm alimentando apostas de alta ainda no primeiro semestre da taxa básica de juros da economia, a Selic, hoje na mínima histórica de 7,25 por cento ao ano, usada para controlar a inflação. Também há expectativa de que o governo faça intervenções para influenciar a cotação do dólar, como ferramenta para contenção dos preços.
Mas na quinta-feira o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que a inflação no Brasil está sob controle e deverá fechar 2013 em torno de 5,5%, citando projeções de mercado. A expectativa do mercado em pesquisa do BC é de alta de 5,7% em 2013.
O BC reduziu a Selic para a mínima recorde de 7,25%, e indicou que a manteria baixa por um período "suficientemente prolongado". Mas já admite ajustar a política monetária, com o próprio presidente da entidade, Alexandre Tombini, afirmando que isso será feito se necessário.
Ainda assim, o mercado mantém por enquanto a perspectiva de manutenção da taxa básica de juros, de acordo com o Focus.
(Com Reuters)
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