Inflação na Argentina chega a 254,2% em um ano, a mais alta do mundo
A alta dos preços na Argentina desacelerou para 20,6% em janeiro, mas chegou a 254,2% nos últimos 12 meses. É a inflação mais alta do mundo, superando países como Venezuela, Turquia e Zimbábue, segundo dados compilados pelo jornal argentino La Nación.
O que aconteceu
Inflação desacelerou em janeiro, mas subiu em 12 meses. A alta de 20,6% em janeiro é menor do que a de 25,5% registrada em dezembro, segundo dados do Indec (Instituto Nacional de Estatística e Censo, na sigla em espanhol). Em um ano, porém, houve aumento, com a inflação acumulada passando de 211,4% para 254,2% nos 12 meses encerrados em janeiro.
Bens, serviços e transporte puxaram alta dos preços. O avanço do mês passado foi provocado principalmente pela alta nos setores de bens e serviços (44,4%), transporte (26,3%) e comunicação (25,1%). Além destes, recreação e cultura (24%), equipamentos e manutenção do lar (22,3%) e bebidas alcoólicas e tabaco (21%) também subiram mais do que a inflação.
Saúde, alimentação e bebidas subiram abaixo da inflação. Em saúde, a alta foi de 20,5%; em alimentação e bebidas não alcoólicas, de 20,4%. Restaurantes e hotéis (19,4%), habitação, água, gás e outros combustíveis (14%), vestuário (11,9%) e educação (0,9%) também registraram alta menor que a do índice geral de preços.
Argentina tem hoje a maior inflação anual do mundo. A alta de 254,2% em 12 meses supera a de países como Venezuela (121%), Turquia (64,86%) e Zimbábue (34%), segundo dados locais compilados pelo jornal La Nación. A inflação anual argentina também é muito maior que a registra em vizinhos sul-americanos, como Uruguai (5,09%), Brasil (4,51%) e Chile (3,8%).
Ex-vice fala em 'colapso'
Cristina Kirchner descreveu Javier Milei como um 'showman-economista'. "Até agora, o governo só implantou um programa de ajuste feroz que atua como um verdadeiro plano de desestabilização", disse a ex-vice-presidente em um extenso documento publicado no X (antigo Twitter) sob o título "Argentina em sua terceira crise da dívida".
Ex-vice também fez críticas ao ministro da Economia, Luis Caputo. Kirchner chamou Caputo de "o arquiteto do endividamento em série do governo do [ex-presidente] Mauricio Macri" (2015-2019), do qual ele também era ministro quando o país acordou um empréstimo com o FMI (Fundo Monetário Internacional) de US$ 44 bilhões" (cerca de R$ 218,8 bilhões).
[Situação] Não apenas retroalimenta a espiral inflacionária, colocando a sociedade à beira do colapso, mas também provocará irremediavelmente um aumento do desemprego e do desespero social em uma espécie de caos planejado.
Cristina Kirchner, em documento publicado no X
En el día de San Valentín y, como siempre, enamorada de la Patria comparto con ustedes el documento de trabajo "Argentina en su tercera crisis de deuda. Cuadro de situación". Va con cita de Juan Bautista Alberdi https://t.co/qI9aHm6l4D pic.twitter.com/BsH85d25g5
-- Cristina Kirchner (@CFKArgentina) February 14, 2024
(*Com Reuters)
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