Campos Neto diz que Copom não está dividido: 'Decisões unânimes'

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira (28) que o Copom (Comitê de Política Monetária) "não está dividido" e que as decisões recentes sobre cortes da taxa básica de juros "têm sido unânimes".

O que aconteceu

Campos Neto disse "que não existe um debate em que todos os membros têm a mesma opinião sobre todos os temas". Em entrevista coletiva após a divulgação do RTI (Relatório Trimestral de Inflação), o presidente do Banco Central não entrou em detalhes, mas destacou que existem diferenças de opiniões entre os membros.

A gente entendeu que existia uma incerteza maior sobre alguns temas que estávamos debatendo e pessoas diferentes tinham opiniões diferentes.
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central

A última ata do Copom apontou incertezas sobre a manutenção do corte de juros. "Alguns membros argumentaram ainda que, se a incerteza prospectiva permanecer elevada no futuro, um ritmo mais lento de distensão monetária pode revelar-se apropriado, para qualquer taxa terminal que se deseje atingir", diz o texto.

Ele disse que "alguns membros" se referem a dois ou mais. Campos Neto ressaltou que o comitê tem buscado "aumentar a transparência" do que tem sido discutido nas reuniões.

O Copom tem dez membros, entre eles Campos Neto. São eles: Ailton de Aquino Santos, Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Gabriel Galípolo, Otávio Damaso, Paulo Picchetti, Renato Dias de Brito Gomes, Rodrigo Alves Teixeira e Roberto Campos Neto.

Na última reunião, o Copom manteve o ritmo de corte da taxa de juros em 0,5 ponto percentual. A Selic está atualmente em 10,75% e, no entendimento no comitê, a "decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante."

O boletim Focus sinaliza que a taxa Selic deve encerrar o ano em 9%. As estimativas para 2025 e 2026% são de 8,5%.

O que diz o relatório de inflação

O BC elevou a estimativa de alta do PIB de 1,7% para 1,9% em 2024. "A revisão moderada reflete, principalmente, dinamismo levemente maior que o esperado da economia no início do ano, como sugerem os indicadores disponíveis", informa trecho do Relatório Trimestral de Inflação.

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O Ministério da Fazenda prevê alta da atividade econômica de 2,2%. O titular da pasta, Fernando Haddad, acredita que a estimativa deve subir para 2,5%. No boletim Focus, a previsão é que o PIB cresça 1,85%.

O Banco Central manteve a previsão de inflação oficial em 3,5% em 2024. A meta de inflação deste ano, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), é de 3% e será considerada cumprida se ficar entre 1,5% e 4,5%.

Para 2025 e 2026, a inflação esperada é de 3,2%. Em ambos os anos, a meta de inflação é de 3%, com a possibilidade de oscilar entre 1,5% e 4,5%.

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