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Bancos do Chipre vão permanecer fechados até a próxima terça-feira

Do UOL, em São Paulo

20/03/2013 15h08

Os bancos do Chipre vão permanecer fechados até a próxima terça-feira (26), informou nesta quarta (20) a porta-voz do Banco Central do país, Aliki Stilianu. Um possível confisco dos depósitos bancários assustou moradores, que correram para os caixas eletrônicos para sacar seu dinheiro.

Em crise, o Chipre fechou um acordo polêmico com representantes da zona do euro e do Fundo Monetário Internacional (FMI) para um plano de resgate de 10 bilhões de euros. Como contrapartida, propôs confiscar parte do dinheiro depositado nas contas bancárias no país, para arrecadar mais 5,8 bilhões de euros para seu resgate.

Todas as contas bancárias estão bloqueadas desde sábado, por causa da possibilidade da cobrança do imposto.

Na segunda-feira (18) foi feriado bancário no país, e o governo decidiu que manteria as instituições financeiras fechadas na terça e quarta-feira. Agora, os bancos permanecerão fechados também nesta quinta e sexta-feira, além de segunda (25), que também é feriado.

Mercados estão de olho no Chipre

Os mercados financeiros mundiais estão de olho na pequena ilha no mar Mediterrâneo, ao sul da Turquia. Membro da União Europeia, o Chipre é o quinto país a buscar ajuda financeira da zona do euro na crise da dívida do bloco --depois de Grécia, Irlanda, Portugal e Espanha.

Apesar de a economia do Chipre representar apenas 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro, os mercados temem que medidas semelhantes abram precedentes e sejam tomadas em países maiores, como Espanha, onde o sistema bancário também está frágil.

O que motivou a cobrança do tributo sobre depósitos foi a fraca regulamentação do sistema financeiro do país. Os bancos do Chipre são conhecidos por serem utilizados para a lavagem de dinheiro de gangues de outros países. É estimado que quase a metade dos depositantes sejam russos não-residente no país.

Confisco dos depósitos bancários

O projeto de lei com emenda previa liberar da taxa os pequenos correntistas, com menos de 20 mil euros (cerca de R$ 51 mil) no banco.

Já os poupadores com depósitos entre 20 mil e 100 mil euros seriam taxados em 6,75%, e aqueles com mais de 100 mil euros pagariam uma taxa de 9,9%. Por exemplo, uma pessoa com 20 mil euros no banco, teria 1,350 euros abocanhados pelo governo cipriota. Já um correntista com 200 mil euros, "pagaria" 19.800 euros.

(Com agências)