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Governo pode subir juros para combater inflação, diz Mantega

Alan Marques/Folhapress
Imagem: Alan Marques/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

12/04/2013 12h30Atualizada em 12/04/2013 14h59

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta sexta-feira (12) que o governo tomará as medidas necessárias para combater a inflação e controlar as expectativas dos investidores, inclusive a elevação da taxa de juros, se necessário.

"Não titubeamos em tomar medidas. Inclusive, posso dizer que mesmo as medidas que são consideradas menos populares são tomadas, por exemplo, em relação às taxas juros quando isso é necessário", disse Mantega.

Ele disse ainda que não se pauta pelo calendário político para tomar medidas contra a alta dos preços. "Se vocês olharem ao longo do tempo, nós elevamos juros em véspera de eleição. Por exemplo, em 2010 nós elevamos taxa de juros. Portanto, não nos pautamos por calendário político".

Além disso, Mantega afirmou que a economia vai continuar se recuperando ao longo deste ano. "O investimento realmente deslanchou e deve se manter nessa trajetória ao longo de 2013", disse.

BC diz que não haverá tolerância com inflação

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou que não haverá tolerância com a inflação e que, neste momento, o banco monitora atentamente todos os indicadores, levando parte do mercado a acreditar que a Selic será elevada na próxima semana.

"No futuro, vamos tomar decisões sobre o melhor curso para a política monetária", afirmou Tombini a jornalistas, em um pouco usual comentário a menos de uma semana de o Comitê de Política Monetária (Copom) se reunir novamente para definir o futuro da taxa básica de juros, hoje na mínima histórica de 7,25% ao ano.

O BC controla a taxa básica de juros da economia (Selic) e é responsável por manter a inflação baixa.

Tombini, que participa de encontro com presidentes de bancos centrais da América do Sul, foi questionado sobre a forte alta nos mercados futuros de juros nesta manhã, que aumentaram as apostas de início do aperto do ciclo monetário nos próximos dias 16 e 17, e respondeu que a autoridade monetária não comenta sobre reuniões futuras do Copom, mas fez uma ressalva.

"O Banco Central tem dito que não há e não haverá tolerância com a inflação. Nós estamos nesse momento monitorando atentamente todos os indicadores e obviamente no futuro vamos tomar decisões sobre o melhor curso para a política monetária."

Inflação estoura teto da meta

A inflação oficial superou o teto da meta oficial do governo em março, pela primeira vez em mais de um ano. Os alimentos mais uma vez pressionaram a alta dos preços no país, com o tomate sendo eleito o grande vilão da inflação (alta de 122,13% em um ano).

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 6,59% nos últimos 12 meses. É a maior taxa desde novembro de 2011, quando a inflação chegou a 6,64%.

O Banco Central, que se reúne na próxima semana para decidir sobre a taxa básica de juros, tem como meta a inflação de 4,5%, com margem de tolerância de 2 pontos percentuais para mais ou menos.

(Com agências)