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Com crescimento de 0,3%, zona do euro sai da recessão após um ano e meio

Do UOL, em São Paulo

14/08/2013 08h20Atualizada em 14/08/2013 11h59

A zona do euro cresceu e saiu oficialmente da recessão no segundo trimestre, puxada pelo crescimento mais fortes em suas duas maiores economias: Alemanha e França. O resultado positivo tira a zona do euro de sua mais longa recessão, após um ano e meio com a economia encolhendo, e confirma expectativas de uma frágil recuperação em andamento.

O Produto Interno Bruto do bloco cresceu 0,3% em comparação com o trimestre anterior, em bases ajustadas sazonalmente, anunciou a agência europeia de estatísticas, Eurostat, em sua primeira estimativa. O dado é melhor que o esperado pelos analistas, que projetavam uma alta de 0,2% do PIB no período de abril a junho.

O comissário europeu de Assuntos Econômicos, Olli Rehn, comemorou o resultado, mas estimulou os Estados da união monetária a prosseguirem com as políticas anticrise.

"Uma recuperação duradoura está agora ao alcance da mão, mas apenas se perseverarmos em todos as frentes com nossa resposta à crise: manter o ritmo das reformas econômicas, retomar o controle de nossa dívida, pública e privada, e construir os pilares de uma verdadeira união econômica e monetária", escreveu em seu blog.

Alemanha e França puxam o bloco; Portugal cresce 1,1%

Os números do crescimento na Alemanha e na França, as duas principais economias do bloco monetário, vieram acima das expectativas.

Na Alemanha, o crescimento foi de 0,7% (ante estimativas de uma alta de 0,5% a 0,6%), após um primeiro trimestre de crescimento nulo. O consumo e, sobretudo, os investimentos, contribuíram para a recuperação, que volta a colocar o país na posição de locomotiva da Eurozona.

A maior surpresa veio da França, que registrou um crescimento de 0,5% no segundo trimestre, ante estimativa de 0,2%. Este é o melhor resultado da economia francesa desde o primeiro trimestre de 2011.

Outra boa notícia veio de Portugal, que saiu da recessão no segundo trimestre, com um crescimento do PIB de 1,1%, o primeiro resultado positivo em mais de dois anos.

Espanha e Itália continuam em recessão

Apesar dos sinais de uma leve melhora na Itália (-0,2% de PIB) e na Espanha (-0,1% de PIB), os dois países continuaram em recessão.

No Chipre, a economia registrou contração de 1,4% no segundo trimestre, após uma baixa de 1,7% no trimestre anterior.

A Holanda também permaneceu em recessão no segundo trimestre, com uma queda de 0,2% do PIB.

Também registraram recessão a Bélgica (-0,2%), Suécia (-0,1%) e Bulgária (-0,1%).

O Eurostat ainda não dispõe de informação sobre a Grécia e a Irlanda. 

É cedo para cantar vitória, dizem analistas

Apesar das boas notícias, ainda é muito cedo para cantar vitória, destacam os analistas. 

"A zona do euro saiu da recessão, mas a crise da dívida nos países mais frágeis não acabou", disse Jonathan Loynes, da Capital Economics.

"Os dados levemente mais positivos que o previsto são bem-vindos, mas não podemos ficar esperando", destacou Rehn, que defende a aplicação de políticas de rigor fiscal para sair da crise.

Ele também lembrou que a crise não acabou, pois existem obstáculos importantes, como o alto índice de desemprego em alguns países.

(Com agências)