Pré-sal: inscrições para 1º leilão decepcionam; três gigantes ficam de fora
O governo brasileiro esperava que até 40 empresas participassem do primeiro leilão de áreas do pré-sal, mas apenas 11 empresas fizeram a “inscrição” para a disputa. Ficaram de fora três gigantes do setor de petróleo --a norte-americana Exxon Mobil e as britânicas British Petroleum (BP) e British Gas (BG).
O leilão de Libra, maior reserva já descoberta no pré-sal brasileiro, está marcado para 21 de outubro. O prazo para as empresas interessadas pagarem a taxa --de pouco mais de R$ 2 milhões-- para participar do leilão terminou nesta quarta-feira (18).
"Eu recebi telefonemas de três empresas, Exxon, BP e BG, dizendo que não vão participar do leilão do pré-sal por questões muito específicas de cada empresa. No entanto, reafirmaram o interesse no Brasil", afirmou a diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, após um evento do órgão regulador no Rio, nesta quinta-feira.
"Esperava 40 empresas, mas agora existe um contexto mundial de situações muito específicas de cada empresa que levam a essa situação", afirmou. Mais cedo, a diretora-geral da ANP informou que pelo menos 12 empresas pagaram a taxa para participação.
Três chinesas participam, segundo fontes
Uma fonte com conhecimento direto do processo disse que a Shell, e as chinesas Sinopec, Sinochem e China National Petroleum Corp (CNPC) haviam pago a taxa. A fonte afirmou que não houve pagamento por parte da Chevron, a segunda petroleira dos EUA, e de nenhuma outra norte-americana.
Uma segunda fonte, próxima à Shell, disse que o fato de a companhia ter pago a taxa não significa necessariamente que ela fará lances no leilão.
Uma certeza entra as ofertantes é a Petrobras, que será operadora obrigatória da área de Libra e deverá ter, por lei, pelo menos 30% de participação em qualquer consórcio vencedor.
A área a ser licitada tem cerca de 1.500 quilômetros quadrados.
A ANP estimou que as reservas recuperáveis no prospecto de Libra poderão atingir entre 8 e 12 bilhões de barris, o que faria da área a maior do país, superando Tupi, com volumes que foram estimados em 2007 entre 5 a 8 bilhões de barris de óleo equivalente.
Segundo o edital, os ganhadores da licitação deverão desenvolver as atividades de exploração de petróleo por quatro anos, prazo que poderá ser estendido, como prevê o contrato de partilha de produção.
Consultor e ex-diretor da Petrobras se diz surpreso
O número reduzido de participantes também surpreendeu um consultor e ex-diretor da Petrobras.
"É uma surpresa. A área (de Libra) é extremamente promissora, e não tem oportunidades no mundo (em exploração de petróleo) como áreas do pré-sal brasileiro", afirmou Paulo Roberto Costa, da Costa Global Consultoria.
Ele também se disse surpreso com o fato de companhias como Exxon, BP e BG não terem pago a taxa de participação no leilão, o que as exclui do processo.
"É uma coisa a ser pensada sobre o motivo de isso ter acontecido", disse ele, referindo-se ao número relativamente limitado de companhias.
Questionado sobre os motivos da baixa adesão, ele avaliou que isso poderia ter relação com o fato de a lei determinar a Petrobras como operadora única, com no mínimo 30 por cento de participação na reserva.
"Pode ser que isso tenha afugentado as empresas... Talvez, se tivesse uma abertura para a Petrobras não ser a operadora...", afirmou ele, indicando que as petroleiras poderiam ter mais autonomia para operar, não fosse a dominância da estatal exigida pela lei.
"Esperava um numero bem maior pela potencialidade de Libra, isso é fato."
(Com Agência Brasil e Reuters)
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