Em 2 anos, 13 aéreas estrangeiras pedem autorização para voar no Brasil
Nos últimos dois anos, 13 empresas aéreas estrangeiras procuraram a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e pediram autorização para operar no Brasil. Quatro já estão voando e nove ainda não começaram.
A ideia das empresas é aproveitar a movimentação de turistas que deve tomar conta do país durante a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016.
Além de companhias de aviação comercial, empresas de transporte de carga também querem atuar no país.
Para os brasileiros, a chegada de novas empresas não deve ter grande impacto no preço das passagens, dizem especialistas. A novidade, no entanto, pode acabar influenciando na qualidade dos serviços prestados por outras companhias aéreas no Brasil.
A Etihad Airways, dos Emirados Árabes, deu início às suas operações no país em junho. Os voos saem de Abu Dhabi, a capital dos Emirados Árabes, com destino a São Paulo.
No começo de julho, a Ethiopian Airlines começou a oferecer voos ligando o Brasil a Adis Abeba, capital da Etiópia. Partindo de Adis Abeba, os voos passam por Lomé, capital do Togo, seguem para o Rio de Janeiro e chegam à cidade de São Paulo.
A espanhola Air Europa, que já voa partindo de Salvador, na Bahia, com destino à Europa, pretende começar, até o fim do ano, a voar saindo de São Paulo.
"O Brasil tem uma das economias que mais crescem no mundo", disse a empresa, em nota, ao anunciar o lançamento das novas rotas. "O comércio entre China, Índia, África e Brasil cresce muito rapidamente."
Por enquanto, a Ethiopan oferece apenas voos não regulares (sem datas ou horários fixos). É a mesma situação da chilena Sky Airline.
Outras empresas ainda aguardam a autorização da Anac. Entre elas, está a Asiana, eleita a quinta melhor companhia aéreas do mundo neste ano pelo "Oscar" da aviação, o Skytrax World Airline Awards. A empresa é da Coreia do Sul.
As africanas Air Algérie (Argélia), Royal Air Maroc (Marrocos) e Arik Air (Nigéria) também aguardam autorização. Na lista estão, ainda, as europeias AirBerlin (Alemanha) e Lot Polish Airlines (Polônia). A Aruba Airlines, que já operou voos não-regulares para o país, também tem planos de voltar.
As empresas de transporte de carga Amerijet, dos Estados Unidos, e Avient, do Zimbábue, já receberam autorização para funcionamento, mas ainda não operam regulamente no Brasil.
Nova referência em prestação de serviços
A chegada de novas empresas beneficia a economia brasileira porque ajuda a aumentar os negócios internacionais, eleva a arrecadação de impostos e pode ter impacto positivo na oferta de empregos, diz o especialista em aviação Respício Espírito Santo.
Para os brasileiros, as empresas estrangeiras também representam uma nova referência em prestação de serviços e facilidade de voar para países distantes por meio de rotas diretas.
No bolso, no entanto, o impacto deve ser mínimo, para não dizer inexistente. "Não temos linha direta com Marrocos, por exemplo. Se quisermos ir para Casablanca, temos de voar por outro país, como a Inglaterra. Ao oferecer uma ligação direta de São Paulo para o país, a empresa pode até cobrar mais caro por isso", diz Espírito Santo.
"As companhias estrangeiras perceberam que existe uma demanda a ser atendida no Brasil e querem aproveitar a onda de megaeventos que serão realizados no país. Mas, para o mercado interno, a chegada delas não muda muita coisa", diz Alessandro de Oliveira, coordenador do Núcleo de Estudos em Competição e Regulação do Transporte Aéreo (Nectar) do ITA.
Isso porque as empresas estrangeiras são proibidas de fazer os chamados voos de cabotagem, ou seja, não podem transportar passageiros exclusivamente entre cidades brasileiras. Por isso elas não vão representar concorrência para as empresas nacionais.
"O impacto é bem reduzido nesse caso. Ele só seria maior se fossem empresas que operam no sistema de baixo custo", afirma Oliveira, citando a britânica Virgin e a irlandesa Ryan Air.
A Virgin já chegou a manifestar a intenção de vir para o país, mas ainda não solicitou oficialmente autorização para a Anac.
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