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Lucro da Petrobras tem queda de 39% no 3º trimestre e fica em R$ 3,397 bi

Plataforma P-51 da Petrobras, no campo de Marlin Sul, na bacia de Campos, Rio de Janeiro - Rich Press/Bloomberg
Plataforma P-51 da Petrobras, no campo de Marlin Sul, na bacia de Campos, Rio de Janeiro Imagem: Rich Press/Bloomberg

Matheus Lombardi

Do UOL, em São Paulo

25/10/2013 19h37Atualizada em 25/10/2013 20h43

A Petrobras (PETR3 e PETR4) anunciou nesta sexta-feira (25) lucro líquido de R$ 3,395 bilhões, queda de 39,02% em relação ao mesmo período do ano passado (quando teve lucro de R$ 5,567 bilhões).

A empresa viu também o lucro diminuir 45,25% em relação ao 2º trimestre, quando anunciou ganhos de R$ 6,201 bilhões.

O resultado veio bem abaixo da expectativa do mercado, que era de R$ 5,84 bilhões.

A queda do dólar nos últimos meses ainda não foi suficiente para melhorar os resultados da petrolífera, que importa combustível mais caro do que vende. Um aumento no preço da gasolina e do diesel vem sendo discutido com o governo, mas ainda não há previsão de quando irá ocorrer.

"Ainda que tenhamos tido quatro reajustes de preço de diesel e dois de gasolina nos últimos 16 meses, totalizando 21,9% e 14,9% de aumento, respectivamente, a forte depreciação do Real verificada desde maio de 2013, chegando a 22% de desvalorização, fez com que a defasagem voltasse a crescer nos últimos meses", afirmou a presidente da estatal, Maria das Graças Foster, no documento divulgado pela Petrobras para relatar seu balanço financeiro.

Importações de derivativos disparam

As importações de derivados de petróleo da Petrobras dispararam 89% no terceiro trimestre em comparação ao trimestre anterior, para 493 mil barris ao dia.

A estatal elevou as importações de petróleo e derivados para 827 mil barris por dia no terceiro trimestre, enquanto as exportações atingiram 402 mil barris diários, no que resultou em déficit de 425 mil barris por dia.

As receitas da empresa no 3º trimestre subiram 5,3%, para R$ 77,7 bilhões. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) registrou baixa de 6,7%, para R$ 13,58 bilhões.

Produção média de petróleo tem recorde em setembro

Hoje, a empresa afirmou que a produção média de petróleo no pais em setembro teve o maior volume mensal do ano.

A presidente da Petrobras, Graça Foster, disse que a estagnação da produção da companhia acabou e que a produção deve voltar a crescer significativamente nos meses finais deste ano.

Produção no campo de Libra terá início em 2020

Nesta semana, a Petrobras venceu o o leilão de Libra, formado também pela anglo-holandesa Shell e a francesa Total, com 20% cada uma, e duas estatais chinesas, a CNPC e a CNOOC, cada uma com 10% no consórcio.

Porém, a grande descoberta de petróleo na costa marítima do Brasil, a área de Libra, só deverá entrar em produção em 2020.

Alta do dólar prejudica a empresa

Há mais de dois anos a Petrobras está vendendo no mercado interno com preços substancialmente menores que no mercado externo. Como a empresa vende o combustível por um preço menor do que compra, a valorização da moeda norte-americana prejudica o balanço da petrolífera.

Com isso, a empresa vem discutindo com o governo a possibilidade de uma alta no preço dos combustíveis. Rumores de mercado apontam que a gasolina e o diesel podem ficar cerca de 7% mais caros até o final do ano.

Mudança contábil

A empresa anunciou em julho uma mudança contábil que permite registrar de forma diluída, ao longo dos próximos sete anos, parte do prejuízo causado pela variação cambial. Essa medida tem ajudado os resultados da petrolífera.

A manobra é legal e permite que empresas reduzam impactos provocados por variações cambiais em seus resultados, desde que gerem fluxos de caixa futuros em moeda estrangeira no sentido oposto.

No caso da Petrobras, a companhia usará o petróleo que exportará no futuro para anular a perda cambial no presente. Uma espécie de proteção (hedge) contra a variação cambial.

(Com agências)