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Mantega completa 8 anos na Fazenda, período mais longo durante a democracia

Da Agência Brasil, em Brasília

27/03/2014 11h36

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, completa nesta quinta-feira (27) oito anos ininterruptos no cargo e se torna o titular da pasta que ficou mais tempo na função. 

Ele tomou posse no dia 27 de março de 2006, em substituição a Antonio Palocci, que deixou o cargo após a denúncia de ser um dos interessados na quebra e divulgação do sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa. 

O processo foi arquivado pelo Supremo Tribunal Federal, que alegou não ter encontrado indícios suficientes de violação de dados do caseiro.

A condição de titular da pasta que ficou mais tempo no cargo foi confirmada pelo Ministério da Fazenda. Mantega superou Pedro Malan em permanência no posto após a ditadura militar.

Antes, na era Vargas, o gaúcho Arthur de Souza Costa é considerado o ministro que mais ficou no cargo, entre 24 de julho de 1934 e 29 de outubro de 1945.

Ao assumir, Mantega, que deixava o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), defendeu a redução da taxa básica de juros [Selic] diante das condições da economia à época e assegurou manter a política econômica com aperto fiscal, perseguindo a meta de baixar a inflação.

“Minha preocupação é fazer uma boa gestão, mantendo os fundamentos da economia sólidos para assegurar o crescimento, visando ao ano de 2006", disse, na ocasião. 

O ministro destacou ainda, durante a posse, que os sinais que vinham sendo obtidos desde o princípio daquele ano asseguravam que o país caminhava para o crescimento sustentável.

Currículo

Nascido em 7 de abril de 1949, em Gênova, na Itália, Mantega formou-se em economia na Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (USP). 

É professor de economia da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getulio Vargas, em São Paulo, e doutor em sociologia do desenvolvimento na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, com especialização no Institute of Development Studies da Universidade de Sussex (Inglaterra) em 1977.

Entre 1982 e 1987, foi professor de economia no curso de mestrado e doutorado da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e vice-reitor adjunto da da instituição entre 1984 e 1987. Foi ainda diretor de orçamento e chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Planejamento de São Paulo, de 1989 a 1992, durante a administração de Luiza Erundina, e membro da coordenação do programa econômico do Partido dos Trabalhadores (PT) nas eleições presidenciais de 1984, 1989 e 1998.

Assessor econômico do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de 1993 a 2002 e um dos coordenadores do programa econômico do PT na campanha de 2002, Mantega escreveu os livros Acumulação Monopolista e Crises no Brasil, Editora Paz e Terra, 1981; A Economia Política Brasileira, Vozes, 1984; Custo Brasil - Mito ou Realidade, Vozes, 1997; Conversas com Economistas Brasileiros 2, Editora 34, 1999, entre outros.

Mantega foi também ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão entre janeiro de 2003 e novembro de 2004 e presidiu o BNDES, cargo que exerceu até março de 2006, quando assumiu o Ministério da Fazenda.