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Petrobras quer alta do combustível neste ano ainda, diz presidente

Do UOL, em São Paulo

12/05/2014 15h11Atualizada em 12/05/2014 16h44

A Petrobras (PETR3 e PETR4) sinalizou que deve haver um reajuste de preços dos combustíveis ainda neste ano, segundo discurso da presidente da estatal, Graça Foster, em teleconferência para comentar o balanço do primeiro trimestre.

"Estamos avaliando o momento em que devemos fazer a aplicação da metodologia esse ano ainda", disse Foster. Foster não especificou nem quando nem de quanto seria esse reajuste; afirmou, apenas, que a empresa estuda aplicar sua nova metodologia de reajuste de preços, aprovada no fim do ano passado (leia mais abaixo).

Segundo ela, é preciso um reajuste de preços de forma bastante moderada e isso deve levar as finanças da companhia a uma situação melhor no ano que vem. "Hoje, a orientação é não repassar a volatilidade para o mercado, mas não há paridade e nós precisamos considerar a possibilidade do aumento para entramos 2015 em melhores condições do que entramos este ano”, disse.

A Petrobras compra combustíveis no exterior e revende-os no Brasil por um preço mais baixo, controlado pelo governo, sócio majoritário da empresa. O governo faz isso na tentativa de conter a inflação no país, mas essa diferença afeta as contas da estatal.

Segundo ela, o câmbio ajudou a Petrobras a reduzir a diferença entre o preço que paga pelo combustível no exterior e o preço pelo qual o revende no país.

"Isso nos trouxe mais perto da convergência, diminuiu a distância. Enquanto perdura a não paridade plena, temos que estar considerando a correção de preços", acrescentou.

Metodologia para reajuste dos combustíveis foi proposta em outubro

Em outubro, a Petrobras tinha pedido ao seu Conselho de Administração uma nova política de preços, que previa reajustes automáticos e periódicos de combustíveis, conforme a necessidade de alinhamento com os valores praticados no mercado internacional.

A fórmula desagradou a presidente Dilma Rousseff porque poderia aumentar a inflação e criar um mecanismo indesejável de indexação (aumentos automáticos sempre que uma determinada situação é atingida). A indexação foi um dos problemas para o país controlar a hiperinflação que existia até os anos 1990.

O Conselho da estatal, presidido pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, aprovou a implementação de uma política de preços, mas não divulgou mais detalhes sobre essa nova proposta. Na época, a Petrobras divulgou aumento do preço da gasolina em 4% e do diesel em 8%. 

Analistas criticaram a decisão, dizendo que a falta de clareza sobre os critérios mantém incertezas para o mercado, em um momento em que a empresa enfrenta defasagem dos preços domésticos na comparação com os internacionais.

(Com Reuters e Valor)