Sulfabril não tem comprador, e novo leilão é marcado para setembro
O leilão da malharia Sulfabril, que deveria ter sido realizado nesta terça-feira (27), não teve compradores. Por causa da falta de interessados, o Tribunal de Justiça de Santa Catarina marcou a data em que será feita uma nova tentativa de venda: 16 de setembro.
A empresa brasileira de malhas e confecções foi sucesso nos anos 1970 e 1980 e teve a falência decretada há 15 anos. O objetivo do leilão é vender a marca e quatro fábricas (duas ainda estão em funcionamento).
Atualmente, a empresa está sob a administração de um síndico nomeado pela Justiça, o economista e professor Celso Mario Zipf. A marca Sulfabril é avaliada em R$ 40 milhões, e as fábricas, em cerca de R$ 120 milhões.
A empresa tem uma dívida estimada em R$ 119 milhões. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores Têxteis de Blumenau, Gaspar e Indaial, em Santa Catarina, desse total, R$ 60 milhões se referem a dívidas trabalhistas.
Novo edital deve ser publicado em 15 dias
Nesse primeiro leilão, seria dada prioridade a propostas de compra que englobassem tanto a marca quanto as fábricas.
"Tivemos procura pelas fábricas em atividade, mas as condições de venda não atenderam às expectativas do mercado. O próximo passo é adequá-las para que tenhamos um resultado satisfatório", disse a leiloeira Tatiane Duarte, nomeada pela Justiça para cuidar do caso.
A previsão é que o edital com os novos termos da venda seja publicado no prazo de 15 dias.
Empresa chegou a ter 5.000 funcionários
A Sulfrabril nasceu em Blumenau (SC) em 1947 e chegou a empregar mais de 5.000 funcionários. Suas coleções eram anunciadas no horário nobre da televisão e nas principais revistas do país, com garotas-propaganda como as atrizes Regina Duarte e Sandra Bréa.
A crise da empresa teve início em meados da década de 1990, com a abertura do Brasil ao mercado internacional. A falência foi decretada em 1999.
A decisão sobre a realização do leilão foi proferida em 25 de fevereiro deste ano pela juíza Quitéria Tamanini Vieira Peres. Na sua análise, ela disse que o leilão, após a longa tramitação do processo de falência, é uma "providência há muito esperada por constituir medida necessária à efetivação do pagamento dos créditos".
Atualmente, a Sulfabril emprega 700 funcionários em duas unidades em atividade, em Blumenau e Ascurra (SC). O patrimônio da empresa inclui ainda duas unidades desativadas, em Gaspar e Rio do Sul, também em Santa Catarina.
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