País não economiza para pagar juros e contas ficam negativas em R$ 7,3 bi
O setor público brasileiro (que inclui o governo central, governos estaduais e municipais e empresas estatais) não conseguiu economizar para pagar os juros da dívida pública em agosto. Esse resultado é chamado de primário.
O deficit primário mensal foi de R$ 7,31 bilhões; analistas consultados pela agência de notícias Reuters esperavam resultado negativo de R$ 14,45 bilhões.
Pelos cálculos do Banco Central, que têm pequenas diferenças metodológicas em relação aos do Tesouro, o governo central teve resultado negativo de R$ 6,9 bilhões.
As empresas estatais tiveram deficit de R$ 202 milhões, enquanto o dos governos regionais (Estados e municípios) foi de R$ 174 milhões.
Os dados foram divulgados pelo Banco Central nesta quarta-feira (30).
Em 12 meses, rombo é de 0,76% do PIB
No acumulado em 12 meses, o rombo primário é de R$ 43,8 bilhões, o que representa 0,76% do PIB (Produto Interno Bruto).
Houve queda em relação a julho, quando o deficit de R$ 51 bilhões correspondia a 0,89% do PIB.
No ano, o deficit primário acumulado é de R$ 1,1 bilhão, contra um resultado positivo de R$ 10,2 bilhões de janeiro a agosto do ano passado.
Dívida bruta do setor público chega a 65,3% do PIB
A dívida bruta do setor público alcançou R$ 3,74 trilhões em agosto, o que representa 65,3% do PIB. Houve alta de 0,7 ponto percentual em relação ao mês anterior.
Resultado está longe da meta do governo
Mesmo com resultado primário melhor que o esperado por analistas, o patamar segue longe da meta perseguida pelo governo, de um superávit primário consolidado equivalente a 0,15% do PIB em 2015.
Jogam contra o atingimento da meta fiscal o fraco cenário econômico, com implicações sobre a arrecadação tributária.
Também devem ser consideradas as indefinições políticas e a intensa instabilidade do mercado, marcada pela disparada do dólar especialmente após o país perder o selo de bom pagador pela agência de classificação de risco Standard & Poor's.
Isso porque a equipe econômica condicionou o fechamento das contas no azul em 2015 à obtenção de receitas extras que somam R$ 26,4 bilhões.
Parte delas depende do aval do Congresso num momento em que a base de apoio ao Executivo encontra-se em xeque. O governo também espera obter recursos com concessões, mas a realização das operações depende das condições de mercado, hoje deterioradas pela elevação dos riscos percebidos pelos agentes econômicos.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.