Bancários recusam proposta, e greve começa na terça; é o 13º ano seguido
Os bancários recusaram a proposta de reajuste salarial apresentada pelos bancos e devem entrar em greve, por tempo indeterminado, a partir de terça-feira (6). Será o 13º ano seguido de paralisação da categoria.
A greve já tinha sido recomendada pelo Comando Nacional dos Bancários na sexta-feira passada (25) e foi confirmada nesta quinta-feira (1º), em assembleia dos sindicatos de vários Estados e regiões. Os trabalhadores farão novas assembleias na próxima segunda-feira (5) para organizar o movimento.
A paralisação foi confirmada pelos trabalhadores de ao menos 13 Estados e 8 capitais, entre elas São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba e Porto Alegre. Veja a lista das regiões que decidiram aderir à greve, até as 21h30 desta quinta-feira (1º), segundo a Contraf-CUT:
Estados:
- Acre (AC)
- Alagoas (AL)
- Amapá (AP)
- Bahia (BA)
- Ceará (CE)
- Maranhão (MA)
- Mato Grosso (MT)
- Pará (PA)
- Pernambuco (PE)
- Piauí (PI)
- Rio Grande do Norte (RN)
- Rondônia (RO)
- Roraima (RR)
Cidades e regiões:
- ABC (SP)
- Alegrete (RS)
- Angra dos Reis (RJ)
- Apucarana (PR)
- Araranguá (SC)
- Barretos (SP)
- Belo Horizonte (MG)
- Blumenau (SC)
- Brasília (DF)
- Campina Grande (PB)
- Campinas (SP)
- Campo Grande (MS)
- Campo Mourão (PR)
- Campos de Goytacazes (RJ)
- Carazinho (RS)
- Caxias do Sul (RS)
- Chapecó (SC)
- Cornélio Procópio (PR)
- Criciúma (SC)
- Curitiba (PR)
- Dourados (MS)
- Extremo Sul da Bahia (BA)
- Feira de Santana (BA)
- Florianópolis (SC)
- Guarapuava (PR)
- Guarulhos (SP)
- Ipatinga (MG)
- Itabuna (BA)
- Itaperuna (RJ)
- Jundiaí (SP)
- Limeira (SP)
- Londrina (PR)
- Macaé (RJ)
- Mogi das Cruzes (SP)
- Niterói (RJ)
- Nova Friburgo (RJ)
- Paranavaí (PR)
- Passo Fundo (RS)
- Petrópolis (RJ)
- Piracicaba (SP)
- Ponta Grossa (PR)
- Porto Alegre (RS)
- Rio de Janeiro (RJ)
- Rondonópolis (MT)
- Santa Cruz do Sul (RS)
- Santa Maria (RS)
- Santa Rosa (RS)
- São Paulo (SP)
- Taubaté (SP)
- Teófilo Otoni (MG)
- Teresópolis (RJ)
- Toledo (PR)
- Três Rios (RJ)
- Vale do Paranhana (RS)
- Vale do Ribeira (SP)
- Videira (SC )
- Vitória da Conquista (BA)
- Zona da Mata e Sul de Minas (MG)
'Não paga nem uma coxinha'
A Federação Nacional de Bancos (Fenaban) apresentou uma proposta de 5,5% de reajuste para salários e vales, além de abono de R$ 2.500.
O sindicato criticou a oferta, dizendo que não repõe a inflação e que representaria perdas de 4% para os trabalhadores do setor. Eles pedem reajuste salarial de 16%, incluindo reposição da inflação, mais 5,7% de aumento real.
"No vale-refeição, esses 5,5% não dariam nem para uma coxinha, representando apenas R$ 1,43 a mais no dia", afirma nota publicada no site do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
A Fenaban disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que "tem com as lideranças sindicais uma prática de negociação pautada pelo diálogo. A entidade reitera que continua aberta a negociações". (leia abaixo o posicionamento na íntegra)
Consumidor deve buscar alternativas
A greve dos bancos não tira do consumidor a obrigação de pagar as contas em dia, alerta o Procon de São Paulo.
A orientação do órgão é que os consumidores procurem as empresas que emitiram as faturas para pedir outras opções de pagamento. O comparecimento à sede da empresa e o pagamento em lotéricas ou pela internet, por exemplo, podem estar entre as opções oferecidas.
O órgão diz que o consumidor deve documentar o pedido feito às empresas, enviando um e-mail ou anotando um número de protocolo de atendimento telefônico. Esse comprovante pode evitar que ele tenha de arcar com multas e outros encargos por atraso no pagamento, caso a empresa não atenda o seu pedido. Se pagar os encargos indevidamente, a recomendação é que ele procure o Procon.
Caso a empresa dê ao consumidor outra opção de pagamento e, mesmo assim, a fatura não seja quitada em dia, ele poderá ter de pagar multa e encargos.
Bancos cobram juros de 400%, diz sindicato
"Esse foi o pior índice oferecido pelos bancos desde 2004. Perda real não é condizente com os resultados dos bancos, que tiveram lucro líquido de R$ 36,3 bilhões nos últimos seis meses", disse Juvandia Moreira, coordenadora do Comando Nacional dos Bancários.
"As instituições financeiras estão colocando a categoria em greve de forma irresponsável, ao mesmo tempo que cobram juros de mais de 400% no cartão de crédito, prejudicando toda a população."
O que os bancários pedem?
As reivindicações gerais dos bancários são:
- Reajuste salarial de 16% (incluindo reposição da inflação, mais 5,7% de aumento real);
- PLR de três salários, mais R$ 7.246,82;
- Piso de R$ 3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último);
- Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 788 ao mês para cada (salário mínimo nacional);
- Melhores condições de trabalho;
- Fim das metas abusivas e do assédio moral;
- Fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações;
- Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários;
- Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
- Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
- Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
Leia o posicionamento da Fenaban
"A Federação Nacional de Bancos – Fenaban, ligada à Febraban, tem, com os sindicatos do setor, uma prática de negociação pautada pelo diálogo. A proposta econômica já apresentada às lideranças sindicais prevê a participação nos lucros dos bancos, de acordo com uma fórmula que, aplicada, por exemplo, ao salário-piso de um caixa bancário, de R$ 2.560,00, pode garantir até o equivalente a quatro salários.
No que diz respeito ao lucro dos bancos, a proposta, nos termos da Convenção Coletiva do setor, prevê distribuição de 5% a 15% do lucro líquido aos bancários, como regra básica, além da parcela adicional que distribui mais 2,2% do lucro de cada instituição, respeitados os tetos estabelecidos na convenção coletiva de trabalho.
A fórmula de cálculo dessa distribuição é idêntica à adotada anteriormente com aprovação dos sindicatos e pode chegar a mais de R$ 24.000,00, dependendo da lucratividade do banco. A participação nos lucros paga pelos bancos aos bancários é, há vários anos, um destaque dentre todas as categorias, pela sua abrangência e pelos valores individuais e coletivos envolvidos.
Os bancos pagarão, pela proposta da Fenaban, um abono imediato de R$ 2.500,00 a todos os 500 mil bancários, além de reajustar em 5,5% os salários praticados em 31 de agosto de 2015. O reajuste de 5,5% está em linha com a expectativa de inflação média para os próximos 12 meses.
A entidade avalia que a negociação das cláusulas não econômicas, ainda em curso, vem se desenvolvendo de maneira positiva, e reitera que continua aberta a negociações e avaliará contrapropostas que venham a ser apresentadas pelas representações sindicais."
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