BC decide hoje juros e deve manter taxa em 14,25%; é última reunião do ano
O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central define nesta quarta-feira (25) a Selic, a taxa básica de juros do país, após dois dias de reunião. Esse será o último encontro do Copom neste ano.
Atualmente, a taxa está em 14,25% ao ano, o nível mais alto desde agosto de 2006.
De 50 economistas consultados pela agência de notícias Reuters, 49 disseram esperar que o BC mantenha a taxa nesse patamar. Apenas um participante da pesquisa afirmou que o Copom deve elevar a Selic nesta semana, para 14,5%.
Os economistas consultados pelo BC semanalmente, para a produção do Boletim Focus, estimam que a Selic fechará o ano nos mesmos 14,25%, e cairá para 13,75% até o final de 2016.
Juros x inflação
O novo governo de Dilma Rousseff (PT) vem adotando medidas impopulares, como aumento de impostos e juros, e cortes de despesas, com o objetivo de acertar as contas públicas.
Uma das maiores críticas a Dilma tem sido a economia, incluindo a inflação em alta. Os juros são usados, entre outras coisas, para tentar controlar a inflação. O governo tenta ajustar suas contas para recuperar a confiança do mercado.
BC diz que fará o necessário para inflação na meta em 2017
No começo deste mês, o diretor de Política Econômica do BC, Altamir Lopes, afirmou que o Banco Central fará o que for preciso para levar a inflação ao centro da meta em 2017.
A meta do governo é manter a inflação em 4,5%, mas há uma tolerância de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo, ou seja, a alta de preços pode variar entre 2,5% e 6,5%.
Lopes disse que, apesar de continuar acreditando na manutenção do atual patamar da taxa básica de juros para ter sucesso na tarefa, poderá elevar a Selic se entender necessário, mesmo diante da fraqueza econômica.
Selic e o juro cobrado do consumidor
A Selic é uma taxa de referência e remunera investimentos com títulos públicos, por exemplo. Não representa os juros cobrados dos consumidores, que são muito mais altos.
Segundo os últimos dados divulgados pelo BC, a taxa de juros do cheque especial em setembro chegou a 236,7% ao ano e os juros do rotativo do cartão de crédito, a 414,3% ao ano.
(Com Reuters e Valor)
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