Após cortar nota do Brasil, Moody's tira selo de bom pagador da Vale
A agência de classificação de risco Moody's tirou o selo de bom pagador da minerado Vale nesta sexta-feira (26). A agência rebaixou a nota da mineradora de "Baa3" para "Ba3", com perspectiva negativa, indicando que mais cortes podem acontecer.
Assim, a empresa perdeu seu "grau de investimento", uma espécie de selo de bom pagador. Isso indica que a Vale deixou de ser considerada um lugar recomendável para os investidores aplicarem seu dinheiro.
Brasil perde o terceiro selo
Na quarta-feira (24), a Moody's havia cortado a nota do Brasil e tirado o último grau de investimento que o país tinha.
A agência Standard & Poor's foi a primeira a tirar o "selo de bom pagador" do Brasil, em setembro. Em seguida, foi a vez da Fitch, em dezembro.
Na semana passada, a S&P voltou a rebaixar a nota da dívida brasileira.
Avaliação indica risco de calote
Um governo consegue dinheiro vendendo títulos no mercado. Os investidores compram papéis com a promessa de receberem o dinheiro de volta no futuro com juros. Quando um governo tem avaliação ruim, considera-se que há risco de dar um calote e não pagar esses investidores.
Se houver desconfiança sobre essa devolução, fica difícil conseguir vender esses títulos, e o país tem de pagar mais juros aos investidores para compensar o risco maior. O país com mais confiança são os EUA.
O rating, ou classificação de risco, indica aos investidores se um país, empresa ou negócio é considerado um bom pagador ou não.
O chamado grau de investimento, por exemplo, indica que uma economia tem baixo risco de dar calote, e que as aplicações financeiras feitas por investidores estrangeiros nesse país terão risco próximo a zero.
Agências falharam na crise de 2008/2009
A classificação das agências de risco é um instrumento relevante para o mercado, uma vez que fornece aos potenciais credores uma opinião supostamente independente a respeito do risco de calote de países, empresas e negócios.
Porém, as agências foram muito criticadas por terem falhado na crise global de 2008/2009. Elas deram boas notas para operações de vendas de hipotecas imobiliárias nos EUA que afundaram bancos e investidores e geraram a grande crise financeira.
(Com Bloomberg e Reuters)
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