'Ministro do apagão' de FHC aceita convite para presidir a Petrobras
O ex-ministro Pedro Parente, 63, aceitou o convite para presidir a Petrobras. O anúncio foi feito pelo Palácio do Planalto nesta quinta-feira (18). Ele será indicado como membro do Conselho de Administração pelo governo, acionista controlador, para que possa ser aprovado pelo colegiado como presidente da estatal.
Com experiência no setor privado e passagem pelo governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Parente assume com o desafio de ajudar a recuperar a Petrobras. A estatal brasileira é a empresa de petróleo mais endividada do mundo e está sofrendo com os preços do petróleo em queda e o escândalo de corrupção investigado pela Lava Jato.
Ele substitui Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil, indicado por Dilma Rousseff para comandar a petroleira no lugar de Graça Foster. Ela havia renunciado, em meio a denúncias da Lava Jato e à dificuldade em contabilizar os prejuízos com a corrupção no balanço da empresa.
Procurada, a Petrobras não fez comentários imediatamente sobre a escolha de Parente para presidir a companhia.
'Ministro do Apagão'
Parente foi ministro do Planejamento e da Casa Civil no governo FHC de 1999 a 2003. Além disso, acumulou o comando da Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica, chamada de "Ministério do Apagão", durante a crise de energia de 2001.
Na época, liderou o grupo responsável por gerenciar e unificar as ações do governo no programa de racionamento de energia.
Foi conselheiro na estatal
A nomeação de Parente também marca seu retorno à Petrobras após 14 anos. O executivo ocupou uma cadeira no Conselho de Administração da petroleira, também durante o governo de Fernando Henrique.
Ele estava no Conselho da estatal quando a administração tucana acabou com o monopólio da Petrobras sobre a exploração e produção de petróleo no país, em 1997.
Experiência no setor privado
Engenheiro formado pela Universidade de Brasília (UnB), Parente também acumula experiência no setor privado.
De fevereiro de 2003 a dezembro de 2009, foi vice-presidente executivo do Grupo RBS, empresa de comunicação afiliada da TV Globo na região Sul.
Entre 2010 e 2014, foi presidente no Brasil da multinacional Bunge, grande exportadora do setor agrícola no país.
Foi presidente do Conselho de Administração de várias empresas e, atualmente, estava à frente do conselho da BM&FBovespa, a Bolsa de Valores brasileira. A BM&FBovespa não se pronunciou sobre a permanência ou não do executivo no conselho.
Desafio de recuperar a Petrobras
Na avaliação de assessores de Temer, segundo a "Folha", o novo presidente da Petrobras precisa ser um profissional experimentado na recuperação de empresas e na reorganização de estruturas.
Segundo fontes ouvidas pela agência de notícias Reuters, Parente chega com a missão de recuperar a Petrobras, que passa pela pior crise de sua história.
Entre as tarefas imediatas do novo presidente estão: acelerar o plano de venda de US$ 15,5 bilhões em negócios para levantar dinheiro e pagar dívida, reduzir custos e acabar com a corrupção na estatal.
(Com agências de notícias)
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