Dadinho, doce de 62 anos, muda, vende o dobro e abre vagas em plena crise
O Dadinho, tradicional doce de amendoim, já passou dos 60 anos (foi lançado em 1954), mas ainda tem cara de criança e quer parecer mais adulto. Uma pesquisa encomendada pela empresa mostrou que as pessoas têm uma boa memória dele, dos tempos de infância, mas, por serem adultas, não o compram mais.
- Clique aqui e veja fotos das novas versões do Dadinho, incluindo um creme de amendoim em pote
Para tentar se modernizar e ampliar as vendas, a empresa lançou uma linha com quatro outros produtos em março deste ano. E teve uma surpresa: as vendas atingiram 2 milhões de unidades logo no primeiro mês, mais do que o dobro do previsto (800 mil). Entre os novos produtos, o Bombom Wafer Dadinho tem se destacado nas vendas.
A distribuição, que estava restrita a São Paulo, foi ampliada para outros Estados, e a fábrica vai até criar um novo turno e contratar mais funcionários para dar conta da produção, bem no meio da crise econômica brasileira.
Segundo Paschoal Del Matto, presidente da Doce Sabor, dona da marca, o resultado foi acima do esperado. "Tínhamos uma previsão de crescer 30% em relação ao ano passado com a chegada dos novos produtos. Aumentamos essa expectativa para 50%, graças ao bom resultado”, declara.
Wafer e creme de amendoim em pote
Os novos integrantes da família são o Wafer Dadinho Cremoso, Lanchinho Dadinho Cremoso, Bombom Wafer Dadinho e Dadinho Creme, versão cremosa do doce original, vendida em pote.
Os novos produtos usam o mesmo recheio original, de creme de amendoim. “Agora temos opções para todos os gostos”, afirma Del Matto.
A empresa familiar passou por uma profissionalização da gestão, que começou em 2014, com a contratação de uma consultoria. “Foi identificado que tínhamos uma marca muito valiosa, mas que estava escondida e poderia ser mais bem explorada”, diz Del Matto.
A etapa seguinte foi realizar uma pesquisa com os consumidores do Dadinho em São Paulo, região onde o doce tem maior tradição. De acordo com o presidente da empresa, o resultado trouxe informações valiosas.
“Descobrimos que nossa marca tem apelo emocional muito forte, lembra as pessoas de sua infância”, diz. Mas, segundo ele, a maioria dos entrevistados dizia ter deixado de consumir o confeito porque o consideram um produto infantil.
Empresa cresce e vai na contramão da crise
Inicialmente, a nova linha de produtos foi distribuída apenas no Estado de São Paulo. Três meses depois, passou a expandir para Paraná, Santa Catarina e Rio de Janeiro, em parte, graças à demanda dos consumidores.
“Tivemos um grande retorno nas redes sociais, com as pessoas pedindo nossos produtos. Isso tem gerado uma demanda contínua dos fornecedores, novos e antigos”, afirma.
Com o aquecimento nas vendas, a Doce Sabor está investindo na compra de maquinários, vai criar um novo turno e contratar mais 40 funcionários para sua fábrica, em Ribeirão Preto (SP). Isso significa um aumento de 13% em relação aos 300 funcionários que trabalham hoje.
(Reportagem: Michelle Aisenberg; edição: Armando Pereira Filho)
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